Cassado em novembro do ano passado do mandato de deputado federal sob a acusação de comandar o mensalão, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) encontrou uma nova maneira de participar do debate político. Desde a semana passada, mantém um blog no endereço blogdodirceu.blig.ig.com.br.
Em texto postado agora de manhã, ele – que é conhecido por sua amizade com o presidente de Cuba, Fidel Castro – publica uma mensagem tranqüilizadora sobre o estado de saúde do líder cubano.
O ex-ministro conta que “um amigo que esteve ao lado de Fidel nos últimos 50 anos” informou que “o pior já passou, não há mais perigo e que, daqui para frente, só melhoras, Fidel Castro vai se recuperar”.
José Dirceu observa: “Na verdade, assistimos, com a doença de Fidel, a cenas hilárias, como as dos cubanos que vivem em Miami comemorando pela enésima vez sua suposta morte, agora por causas naturais, já que não conseguiram assassiná-lo. Vimos de novo o governo norte-americano interferindo, contra todas as leis internacionais, em assuntos que dizem respeito somente ao povo de Cuba, inclusive de cubanos e cubanas que vivem nos EUA. Vimos aquela certa direita e aqueles setores da imprensa não esconder sua satisfação pelos riscos que Fidel correu, pela idade e pela probabilidade de câncer”.
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E acrescenta que “não é preciso falar nada sobre Fidel, porque ele já é história – a nossa história, de nossos povos, de nossa América”.
Em outros textos publicados, o ex-ministro afirma que a máfia dos sanguessugas foi criada pelo governo Fernando Henrique e viveu seu apogeu durante a gestão dos ex-ministros da Saúde José Serra e Barjas Negri; festeja os bons resultados obtidos pelo governo Lula na economia; e investe contra o que chama de “mídia alckmista”.
Ao falar do lançamento da “Carta pelo Desenvolvimento”, pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, José Dirceu destacou dois trechos do documento. Um deles diz que não “se deve tolerar que os poderes privados da economia ou da mídia – como afirmava Karl Mannheim, um dos inspiradores de Celso Furtado – tenham a pretensão e a prepotência de se impor à sociedade como se estivessem acima da lei”.
O outro estabelece como prioridade o reconhecimento dos “direitos civis, sociais e econômicos das classes desfavorecidas” e o esforço para “superar as assimetrias de poder e riqueza”.
José Dirceu, em seguida, conclui: “Esses são alguns dos desafios que este blog pretende debater, com humildade e respeito. Para o bem de todos, é necessário que o Brasil aprofunde o ritmo do crescimento econômico, de forma a promover a inclusão social de milhões de pessoas hoje situadas à margem da sociedade. O governo Lula, nesses três anos e meio, esforçou-se e conseguiu reduzir a desigualdade, com políticas sociais ativas e includentes (sic, mas sabemos que só o crescimento econômico sustentável contribuirá decisivamente para o avanço que todos queremos”.