Rodolfo Torres
O Dia Internacional de Combate à Corrupção, comemorado nesta quarta-feira (9), não foi capaz de emplacar o projeto que exige a “ficha limpa” para os candidatos nas eleições em todos os níveis. “Isso eu vou começar em fevereiro”, afirmou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
A proposta faz parte de um pacote anticorrupção, que está pronto para ser votado no plenário da Câmara. Para que entrem em pauta, no entanto, essas propostas dependem de acordo entre as lideranças partidários e o presidente da Casa.
O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara, entregou hoje a Temer mais 200 mil assinaturas em apoio ao projeto. De acordo com o religioso, a proposta já conta com a adesão de mais de 1,5 milhão de brasileiros.
Dom Dimas pediu que a proposta comece a ser debatida e lamentou o adiamento da análise da matéria. Segundo o bispo, uma seleção prévia de candidatos traria menos preocupações com comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
Temer ressaltou um alerta do deputado Chico Alencar (Psol-RJ): também há pessoas ligadas a movimentos sociais condenadas em primeira instância. Caso o projeto da ficha limpa seja aprovado, elas seriam impedidas de se candidatarem.
Membros da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção e entidades da sociedade civil realizaram nesta quarta uma manifestação na Câmara. Eles cobraram a votação dos projetos e ressaltaram a importância da participação popular nesse processo.
“Lideranças de todos os partidos devem se sensibilizar para termos uma semana para votar esses projetos”, cobrou o deputada Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). “Não é fácil ter o apoio do Congresso porque muitos parlamentares têm processos na Justiça e não têm boa vontade com nossas propostas”, complementou o coordenador da frente, Paulo Rubem Santiago (PDT-PE).
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