O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou, em entrevista ao programa "Show Business" da RedeTV, que o partido precisa “botar o ouvido bem juntinho da rua, sentir o que o povo quer”. FHC defende que a legenda deve mudar sua estrutura, definir o que pensa sobre novos temas, como a Internet, o aquecimento global, a aposentadoria de trabalhadores temporários, e aprender a defender a sociedade como um todo.
“Precisamos de novo juntar gente. Estamos num momento em que temos que ouvir, refazer nossas idéias para serem compatíveis com o que o Brasil quer hoje”, disse.
O líder tucano também criticou a falta de definição do presidente Lula na formação do segundo governo: “Lula fez alianças com um arco enorme. O problema não é ele ter feito acordos com a direita, é que não tem rumo. Eu sempre me importei com isso, dar um rumo ao governo e ao país. Tem de definir: faz aliança para quê?”, questionou.
Em relação a possibilidade de manter um diálogo com o atual governo, FHC disse que o PSDB “deve ser construtivo, mas ser construtivo não pode ser aderir nem protestar simplesmente”. FHC aproveitou para ironizar ao falar que o “Lula dos primeiros tempos”, “não era o Lula de hoje, que não tem ideologia, não tem mais nada, só quer o poder”.
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O ex-presidente citou o filósofo italiano Norberto Bobbio e definiu a esquerda no mundo atual como “um sentimento de justiça e de igualdade”.
Sobre o Chile, FHC afirmou que se trata de um governo de esquerda, “mas sabe que o mercado conta, ao mesmo tempo em que sabe que o mercado não é tudo”. O PT, segundo FHC, não é mais socialista, “mas mantém o modelo” de um partido que representa a classe operária, chega ao governo e assim pretende mudar a sociedade.
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