“Eu disse toda a vida ‘na hora que o Lula quiser’ [conversar]. Mas não adianta conversar com o Lula agora. Toda hora aparecem problemas de envolvimento, que chegam próximos ao Lula. Quero ver se ele para em pé primeiro”, afirmou o tucano. “O Lula tem de explicar qual a responsabilidade dele em todos esses processos que estão aí. Enquanto ele não se explicar, não tem o meu respeito. Se ele se explicar, pode ser que me convença de que não tem nada a ver com o que está aí. Mas, enquanto não tiver o meu respeito, eu não falo com ele”, acrescentou, como mostra o blog do jornalista José Fucs, da revista Época.
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Em sua apresentação no painel “Os desafios do Brasil para as próximas décadas”, FHC disse que é difícil negociar com Lula, Dilma e o PT. Ele citou como exemplo a tentativa fracassada de discutir a reforma política com o governo em 2013. Ele contou que, na época, foi procurado em sua casa pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a pedido da presidente Dilma. Mas, em seguida, as conversas foram interrompidas por causa da própria presidente. “Se o interlocutor não consegue entender a gravidade do momento, como você vai conversar? Só dá para conversar quando você tem um interlocutor com a mesma boa fé que nós temos”, respondeu ele mesmo.
Em entrevista ao Jornal do SBT, no último dia 5, Lula não poupou FHC. Disse que o mensalão foi criado pelo próprio PSDB, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique, para comprar a aprovação da proposta que pôs na Constituição a possibilidade de reeleição para presidente da República. “Ele tem que lembrar que o único mensalão criado, reconhecido inclusive por deputados do DEM, que disseram que receberam, foi ele. Ele tem que lembrar que nenhum processo dele era investigado. Cadê a pasta cor de rosa, que não foi investigada? O MP [procurador-geral] dele se chamava engavetador [geral da República, na irônica alusão ao cargo]”, fustigou petista.