Contrariando o discurso do PT, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que a prisão do ex-presidente Lula não o caracteriza como um “preso político”. “Ele não está sendo processado pelo que fez politicamente. O PT está dizendo: é um preso político. Não é. É um político preso”, ressaltou FHC em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (20).
Para o ex-presidente tucano, caso a versão do PT estivesse correta, ele próprio protestaria. “A narrativa do PT é de preso político. Se fosse, eu estaria protestando. É preso por outras razões”, ponderou. De acordo com ele, a condição do petista, preso desde o dia 7 deste mês, vai pesar contra no processo eleitoral.
“Na campanha os partidos vão transformar um fato numa versão. Na política, não adianta eu ter razão, adianta ter capacidade de convencer, explicar. Melhor que não tivesse acontecido, mas aconteceu, e agora vamos ter que explicar à população”, ressaltou FHC em entrevista aos jornalistas Marianna Holanda e Eduardo Kattah.
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O ex-presidente também destacou que a força simbólica de Lula não é sobre o que ele faz e diz, mas sobre o que ele fez. “Um dos defeitos do PSDB e meu é cacarejar pouco sobre o que se fez, quando se fazia. O Lula tem a virtude de que ele cacareja: eu fiz, eu fiz, agora sou ideia. A ideia pode ser boa ou pode ser má, não sei. Mas foi uma boa sacada”, reconheceu.
Na entrevista, FHC defendeu a atuação da Lava Jato. “Não acho que a Lava Jato tenha, no geral, extrapolado. E muito menos que ela seja facciosa, pegue um só partido. Estamos vendo agora, pegou os partidos que estavam no poder”, ressaltou.
PublicidadeEle minimizou ainda o fato de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter tornado réu, na última terça-feira (17), o senador Aécio Neves (PSDB-MG). “No caso do Aécio, foi apenas iniciado o processo. Ele disse que vai demonstrar que não havia dinheiro público envolvido. Eu não sei. Agora, eu não posso ser contra o que a Justiça decidiu”, ponderou.
O ex-presidente fala também sobre a possibilidade do ex-ministro Joaquim Barbosa ser um pré-candidato à Presidência da República e sobre a baixa popularidade de Alckmin nas últimas pesquisas.
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