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A ideia inicial era manter a ordem do dia pelo menos no início da próxima semana, segunda (27) e terça-feira (28). Entretanto, com o feriado de São Pedro no dia 29 (quarta), parlamentares pressionaram o presidente interino por uma solução alternativa. Já para os trabalhos nas comissões, Maranhão afirmou que, em caso de quórum, as discussões poderão seguir normalmente.
Partidos reagiram com contrariedade à decisão institucional. Em nota divulgada à imprensa, a assessoria de comunicação do PSDB na Câmara criticou a posição adotada pelo presidente e avaliou como “reprovável” a conduta de Maranhão. Ainda de acordo com o texto, a decisão do presidente interino é “absolutamente contrária ao interesse público”.
A mesma postura teve o líder do PRB na Câmara, deputado Márcio Marinho (BA), que diz ter apelado aos demais líderes partidários e ao próprio Maranhão para que medida seja revista e, consequentemente, tenha continuidade a apreciação de pendências na pauta de votações. “O republicano lembra que vivemos um momento delicado da política e da economia brasileira e uma semana sem votações representa ineficiência do processo legislativo, assim como um prejuízo incomensurável para a Nação”, diz trecho de nota da liderança do PRB.
“Num momento como esse, em que deve haver um esforço em torno do processo de reconstrução nacional e de recuperação da economia e projetos importantes estão na pauta da Câmara, é inadmissível que uma decisão unilateral do presidente interino paralise os trabalhos durante uma semana”, afirmou o líder da legenda, Antonio Imbassahy (PSDB-BA).
Imbassahy disse ainda que vai tentar reverter a decisão: “A sociedade repudia, com toda razão, atitudes como essa. Vamos tentar revertê-la e, para isso, estamos falando com os demais partidos. Não dá para decretar um ‘feriado branco’ durante uma semana na Câmara na situação em que o país foi colocado pelos governos do PT: com quase 12 milhões de desempregados e recessão profunda. Isso revolta os brasileiros”, acrescentou.Hora da quadrilha
Apesar das críticas e dos trocadilhos feitos sobre o termo “quadrilha”, inclusive entre os parlamentares, o deputado Izalci (PSDB-DF) pediu a realização de uma sessão solene nesta tarde (sexta, 24) para homenagear grupos profissionais de quadrilheiros que disseminam a cultura da dança típica. O peessedebista avaliou que mesmo com a possível associação ao sentido pejorativo da palavra – também utilizada para fazer referência a pessoas que cometeram ilicitudes –, a data é importante e merece atenção. Para muitos, a dança não se restringe ao mês de junho.
Grupos profissionais de quadrilheiros levam a sério a dança, se apresentam em festas e participam de concursos até o mês de setembro. Em Brasília, por exemplo, a quadrilha da escola de Samambaia tem 78 membros e coleciona títulos no circuito brasileiro e local.
E ela não é a única. Diversos outros grupos do Distrito Federal e entorno vivem da dança e estão organizados em uma entidade: a Liga Independente de Quadrilhas Juninas do Distrito Federal e Entorno (LinqDFe). “Olhamos aqui, jovens, menores que deixam seus lares na madrugada para dançar. Que lutam para representar um pouco do folclore já esquecido”, enfatizou Márcio Nunes, presidente da Linq, na sessão solene desta tarde. Ao fim do encontro, o grupo Foli Moleque, sob coordenação do músico Thal Matos, apresentou a música Asa Branca e o Hino Nacional do Quadrilheiro.
A quadrilha junina é uma expressão da cultura popular brasileira e tem origem na dança francesa quadrille, que surgiu em Paris (século XVIII) como uma dança de salão composta por quatro casais. Era dançada pela elite europeia e veio para o Brasil durante o período da Regência (1830), onde cativou o ambiente aristocrático. Da corte carioca, a quadrilha acabou caindo no gosto do povo. Ao longo do século XIX, a dança se popularizou e se fundiu com manifestações brasileiras preexistentes. A partir daí, diversas evoluções foram sendo incorporadas à quadrilha, entre elas o aumento do número de pares dançantes e o abandono de passos e ritmos franceses. As músicas e o casamento caipira que antecede a dança, também foram novidades incorporadas ao longo dos anos.Conselho de Ética
Mais uma vez o presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pode se beneficiar com o prolongamento do feriado. O maior problema é que alguns dos prazos do processo que pode cassar o mandato parlamentar do peemedebista é contado a partir das sessões realizadas na Casa. Dessa forma, o julgamento do relatório apresentado por Marcos Rogério (DEM-RO), e aprovado pelo Conselho de Ética, em plenário, até então prevista para acontecer entre os dias 19 e 20 de julho, pode ser protelada.
A respeito do assunto, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) recorreu à ironia costumeira e escreveu em sua conta no Twitter: “Maranhão dá férias aos deputados semana quem, poupando Cunha e a si mesmo: é a ‘Operação Cágado’!”, brincou, referindo-se indiretamente ao fato de que o processo de cassação do peemedebista, já aprovado no Conselho de Ética da Câmara, ainda tem de ser votado pelo plenário. Caso a queda de Cunha seja confirmada, Maranhão também perde o posto de comando na Mesa Diretora, embora preserve o mandato.
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