A atriz Fernanda Montenegro fez um apelo aos “poucos e honestos políticos que ainda existem lá em Brasília, ou no Brasil, que se posicionem”. Em mensagem gravada para o movimento #342Artes, que milita contra censuras recentes nas manifestações artísticas, Fernanda conclama esses políticos a gritar e a lutar para que “a coisa não se transforme num inferno”.
“Saiam, por favor, desse silêncio acovardado. Porque, do contrário, nem a pele desses políticos, dos que ainda poderão estar do nosso lado pela liberdade dentro do nosso país… nem a pele de vocês, viu, políticos em silêncio, nem a pele de vocês vai se salvar”, afirma.
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A atriz ressalta que tudo é cultura, inclusive a da repressão, mas só com liberdade se constrói um país. “No fundo, o que nós necessitamos mesmo é de educação com cultura, e cultura com educação e liberdade. Não existe nação sem liberdade”, declara a atriz.
O vídeo faz parte de uma série organizada pelo movimento #342Artes, coordenado pela produtora cultural Paula Lavigne, em resposta ao cancelamento de exposições como o Queermuseu, em Porto Alegre, e aos protestos contra a performance “La bête”, em São Paulo. Um grupo de artistas ligado ao movimento pretende ingressar com ações na Justiça contra políticos e grupos que os associaram à pedofilia e à zoofilia por terem defendido as intervenções artísticas.
Veja a íntegra do pronunciamento de Fernanda Montenegro:
“Tudo é cultura, inclusive a cultura de repressão. Mas só há uma cultura que constrói um país: é a cultura da liberdade. A cultura liberta, cria a alma de uma nação. Nessa nossa luta de sobrevivência cultural, peço então aos poucos e honestos políticos que ainda existem lá em Brasília, ou no Brasil, que se posicionem. Saiam, por favor, desse silêncio acovardado. Porque, do contrário, nem a pele desses políticos, dos que ainda poderão estar do nosso lado pela liberdade dentro do nosso país… nem a pele de vocês, viu, políticos em silêncio, nem a pele de vocês vai se salvar. Venham. Venham conosco e vamos gritar, lutar para que a coisa não piore e se transforme num inferno para a nossa sobrevivência como brasileiros. No fundo, o que nós necessitamos mesmo é de educação com cultura, e cultura com educação e liberdade. Não existe nação sem liberdade.”
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