Em sua página de Facebook, Feliciano postou vários vídeos com depoimentos de pessoas que “deixaram a homossexualidade”, segundo ele, após a conversão religiosa. Com os vídeos, o deputado quer chamar a atenção para o que ele chama de “duplo preconceito” vivido por pessoas que deixaram de ser gays.
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No último dia 10, Feliciano ingressou com requerimento na comissão para ouvir os “ex-homossexuais”. O requerimento foi aprovado cinco dias depois, mas a audiência pública ainda não foi marcada. Entre os convidados estão tanto “ex-gays” quanto a psicóloga Marisa Lobo, que teve seu registro cassado por incentivar a “conversão” de homossexuais. Ela foi acusada de violação da ética profissional por promover a chamada “psicologia cristã”, baseada em terapias de conversão de orientação sexual.
Feliciano afirma, no requerimento de realização da audiência pública, que há muita “desconfiança e discriminação generalizadas contra os ex-LGBTs”. “Seus antigos pares homossexuais dizem que eles estavam fingindo. Os heterossexuais dizem, agora, que eles estão dissimulando. Assim, tanto os homossexuais quanto os heterossexuais consideram a população ex-LGBTs como mentirosos, dissimulados e até mesmo doentes mentais”, afirma Feliciano no documento.
“Do ponto de vista da saúde mental, essa situação de ‘Não Ser’ contribui para comportamentos antissociais, até mesmo comportamentos suicidas. Nesse contexto, urge que o Estado promova a imediata inclusão da população ex-LGBTs no arcabouço jurídico pátrio”, defende Feliciano.
Esta não é a primeira vez que o deputado e integrantes da bancada evangélica se envolvem com esse tipo de polêmica. Em 2013, quando estava na presidência da CDHM, Feliciano articulou em favor da aprovação do PDC 234/2011, que autorizava a “cura gay”. Depois de muita polêmica, o projeto do deputado João Campos (PSDB-GO) foi arquivado ao chegar ao plenário da Câmara, por iniciativa do próprio parlamentar goiano.
Em abril 2014, o deputado Pastor Eurico (PSB-PE) chegou a reapresentar um projeto com teor semelhante na CDHM. Dois meses depois, por solicitação do próprio partido, o parlamentar também pediu o arquivamento da proposta.