As investigações do FBI em relação ao futebol, que levaram a renúncia do presidente da Fifa, Joseph Blatter, quatro dias após ser eleito, incluirá a forma como as sedes da Copa do Mundo de 2018 e 2022 foram escolhidas. Em 2010, a federação escolheu Rússia e Catar para receber os próximos mundiais e, logo após a decisão, surgiram denúncias de corrupção e esquemas de compra de votos.
De acordo com reportagem do O Estado de S.Paulo, a entidade chegou a realizar um informe interno sobre as denúncias, mas concluiu que não havia base para cancelar a votação que levou a escolha das sedes. Contudo, o FBI não se convenceu com os mesmos argumentos e irá iniciar nova investigação, que vai incluir entrevistas com cartolas para descobrir quais métodos foram usados para realizar a escolha dos países em questão.
Tanto Catar quanto Rússia negaram envolvimento no processo de escolha das sedes. O Ministro de Relações Exteriores do Catar, Khaled al-Attiyah, inclusive, respondeu com outra acusação criminosa: tais denúncias seriam motivadas por “racismo” da Europa e Estados Unidos em relação ao país.
“É muito difícil par algumas pessoas aceitar que o campeonato será realizado num país árabe e islâmico, como se um país árabe não tivesse esse direito”, disse ele.
Leia também
O porta voz do presidente russo, Vladimir Putin, também garantiu que não existe risco da Rússia perder o evento. “Nossa cooperação com a Fifa continua, assim como a preparações para a Copa do Mundo 2018”, disse Dmitry Peskov.
A operação liderada pelo FBI já levou à prisão nove investigados, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Em 2010, à época da escolha das futuras sedes, quem votou pelo Catar foi o então presidente da confederação, Ricardo Teixeira. Na semana passada, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) foi criada em tempo recorde e quase o dobro de assinaturas de adesão, depois de articulação do senador Romário (PSB-RJ). Apelidada de CPI da CBF, o colegiado deve convocar nas próximas semanas tanto Marin quanto Teixeira, além do atual presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
PublicidadeCPI da CBF é oficialmente criada no Senado