O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, responsável pela Operação Lava Jato no âmbito na Corte, negou o pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O Congresso em Foco apura se a mesma decisão foi tomada em relação ao deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR). O relator da Lava Jato também determinou a suspensão das atividades dos mandatos dos dois parlamentares com base na delação dos empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS. No entanto, os dois continuam no cargo, inclusive podendo participar das sessões, mas sem direito a tomada de decisões.
Havia a informação inicial de que o ministro levaria os pedidos de prisão ao plenário, o que não se concretizou. Com a negativa do ministro, a decisão só deve seguir ao plenário caso Janot entre com recurso. As delações realizadas pelos irmãos empresários da JBS já foram homologadas pelo ministro, mas permanecem sob sigilo. O ministro decidirá sobre a quebra do sigilo após tomar conhecimento do resultado das diligências realizadas pela Polícia Federal nesta quinta-feira (18).
Leia também
Ao todo, são 40 mandados de busca e apreensão no Congresso, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. A nova etapa da Lava Jato foi batizada de Patmos, nome da ilha grega onde o apóstolo João escreveu o Livro do Apocalipse.
Os agentes federais apreenderam material nos gabinetes de Aécio, Rocha Loures e do senador Zezé Perrella (PSDB-MG). O principal alvo da operação é Aécio, presidente nacional do PSDB, acusado de receber R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, do grupo JBS.
Fachin chegou ao Supremo no início da manhã desta quinta-feira (18) e se reuniu com a ministra presidente do STF, Cármem Lúcia, por pouco mais de uma hora. Na tarde hoje, a previsão é que pelo menos nove ministros compareçam à sessão plenária, que deve ocorrer sem inclusões de temas relacionados a Lava Jato.
PublicidadeLeia também:
Joesley revela propina de R$ 60 milhões a Aécio e compra de partidos em 2014, diz O Globo