Extratos bancários anexados à investigação do Ministério Público da Suíça, que foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República, revelam que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usou empresas offshore para movimentar contas bancárias no país europeu. Os documentos remetidos ao Brasil confirmam a veracidade da delação premiada do lobista João Augusto Rezende Henriques, um dos operadores do PMDB no esquema de desvios de recursos da Petrobras. As informações são do jornal O Globo.
Em setembro, o lobista depôs à Polícia Federal que fez pagamentos de propina em uma conta na Suíça e que, entre os beneficiários, estava o presidente da Câmara. A PGR, atualmente, avalia os extratos bancários. Por enquanto, fontes ligadas à investigação disseram ao jornal que tais contas são de empresas offshore naquele país ligadas a Cunha. Esse tipo de empresa é aberta em paraísos fiscais para mascarar os verdadeiros beneficiários das operações financeiras realizadas. Sabe-se que Cunha possui cerca de US$ 5 milhões em contas controladas por ele, pela sua mulher e sua filha.
Com a chegada da denúncia do Ministério Público da Suíça, o Ministério Público Federal poderá abrir um novo inquérito contra Cunha ou já denunciá-lo ao Supremo Tribunal Federal para abertura de ação penal. No caso, o peemedebista é suspeito de cometer crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo reportagem, as investigações começaram em abril, mas os ministérios públicos dos dois países consideraram que Cunha teria mais chances de ser punido se os autos prosseguissem no Brasil.
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