Mário Coelho
Quatro policiais civis de Goiás foram detidos na quarta-feira (3), em frente à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), acusados de estarem espionando deputados distritais da oposição. Segundo informações obtidas pelo Congresso em Foco, eles estavam no gramado da entrada principal, próximos às janelas dos gabinetes da petista Erika Kokay e da distrital Jaqueline Roriz (PMN). Após a prisão, feita por policiais civis do DF, eles foram levados à sede da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (DECO) da Polícia Civil brasiliense.
Em depoimento aos policiais da DECO, que durou até às 23h de quarta-feira, o grupo afirmou que estavam monitorando os passos dos deputados a mando de Fábio Simão, ex-chefe de gabinete do governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido). Depois de darem suas versões, eles acabaram liberados pelos agentes da divisão. O site tentou o contato com o diretor da DECO, Guilherme Henrique Nogueira, mas ainda não conseguiu o contato.
Na execução da Operação Caixa de Pandora, os policiais federais apreenderam uma agenda de Fábio Simão. De acordo com a revista Época, existe uma anotação com data de 22 de janeiro de 2007, que se refere diretamente ao governador: “R$ 17.700 Arruda”. Outras anotações guardadas em um envelope destinado a Fábio Simão, com data de 23 de novembro, seriam referentes a partilha de dinheiro: “1 – chefão 400, 2 – Dep Charles 100, 3 – Pesque Pague 800 e 4 – Brazlândia 1500”. Para os policiais, isso mostra a distribuição de propina entre Arruda e membros da Câmara Legislativa.
No inquérito do Superior Tribuna de Justiça (STJ), Fábio Simão é apontado como o responsável por “gerenciar os contratos de terceirização de serviços do GDF”, cabendo-lhe “arrecadar dinheiro de propina dessas empresas e repassá-lo a quem Arruda determinasse”. Quando a Operação Caixa de Pandora ocorreu, em 27 de novembro, ele foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ. Depois, acabou sendo afastado do cargo pelo governador Arruda.
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