Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula criticou hoje (8) a “fé dogmática” no liberalismo econômico, que, para ele, é causa da crise financeira mundial. Ele fez um discurso na reunião do G20 em São Paulo em que defendeu a participação dos países emergentes, e não só do G7, para encontrar soluções ao abalo internacional nos mercados.
Segundo o presidente, a crise é culpa dos países desenvolvidos, que não regularam seus sistemas financeiros adequadamente. Um dos pilares do liberalismo econômico é a confiança na auto-regulação promovida pela iniciativa privada, a chamada “mão invisível do mercado”.
“Por muitos anos especuladores tiveram lucros excessivos, investindo o dinheiro que não tinham em negócios mirabolantes. Esse sistema ruiu como um castelo de cartas e, com ele, veio abaixo a fé dogmática no princípio da não intervenção do Estado na economia”, disparou Lula.
“O Estado deve buscar o equilíbrio entre a eficiência dos mercados financeiros, a estabilidade de todos os mercados e a promoção do desenvolvimento econômico.” As críticas de Lula são uma continuidade da opinião expressada por ele na última Assembléia Geral da ONU.
Ninguém a salvo
Segundo Lula, nenhum país está a salvo da crise. Por isso, ele defendeu a participação dos emergente na definição de políticas para solucionar o abalo financeiro internacional. “Este é o momento de formular propostas para uma mudança substantiva na arquitetura financeira mundial.”
Ele disse que o G20 tem muito a contribuir. “É um foro de diálogo representativo que congrega países ricos e emergentes. A superação da atual crise passará pela cooperação desses dois grupos de nações, ouvindo o conjunto da comunidade mundial.” (Eduardo Militão)
Deixe um comentário