Mais um capítulo da crise dos grampos será escrito nesta quarta-feira (17). Pela manhã, a Comissão de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso ouve o diretor afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda, o ministro de Segurança Institucional da Presidência, Jorge Armando Félix, e o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.
À tarde, a CPI das Escutas Clandestinas da Câmara vai pedir explicações ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele disse que a Abin tem um equipamento que permite não só fazer varredura contra interceptações telefônicas, mas também grampear ligações.
Segundo a revista Veja, a agência é a responsável pela escuta ilegal de uma conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Depois da transcrição do grampo, uma crise se instalou em Brasília.
A Comissão de Controle das Atividades de Inteligência ainda ouvirá Francisco Ambrósio do Nascimento. Servidor aposentado do extinto Sistema Nacional de Informações (SNI), antecessor da Abin, ele participou como colaborador da Operação Satiagraha, na qual a Polícia Federal investigou crimes financeiros cometidos pelo banco Opportunity, de Daniel Dantas.
Segundo a revista Istoé, foi Ambrósio quem fez a escuta ilegal da conversa entre Gilmar Mendes e Demóstenes. Ele nega.