Além do ex-senador, também teve prisão temporária decretada o ex-coordenador de campanha de Gim, o atual secretário-geral da Câmara Legislativa, Valério Neves. O nome de Gim apareceu na delação do senador Delcídio do Amaral (MS). De acordo com Delcídio, o petebista e outros parlamentares cobravam dinheiro de empreiteiros investigados na Lava Jato para que eles não fossem chamados para depor na CPI mista da Petrobras, da qual Gim foi vice-presidente.
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A atual fase tem o objetivo de apurar irregularidades na CPI do Senado e na CPI mista que investigaram irregularidades na Petrobras em 2014, informou a PF.
De acordo com as investigações, Gim atuou para evitar a convocação de empreiteiros na CPI mediante cobrança de pagamentos indevidos travestidos de doações eleitorais oficiais em favor dos partidos de sua base de sustentação.
O ex-senador prestou depoimento aos investigadores da Lava Jato em dezembro do ano passado sobre as denúncias feitas contra ele pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores da Lava Jato. Segundo o empresário, Gim recebeu R$ 5 milhões da UTC para evitar convocação na CPI da Petrobras. Ainda de acordo com o depoimento do empreiteiro, o DEM ficou com a maior parte, R$ 1,7 milhão, o PRTB e o PMN receberam R$ 1,15 milhão cada e o PR, mais R$ 1 milhão. Esses partidos faziam parte da coligação pela qual Gim tentou, sem sucesso, se reeleger senador.
Em seus relatos, Ricardo Pessoa afirmou que os pagamentos foram feitos entre 2013 e 2014, quando Gim ocupava a vice-presidência da comissão. O empreiteiro conta que esteve na casa do petebista três vezes para pedir ajuda ao senador para blindar as construtoras nas investigações da CPI. Durante as conversas, o empresário perguntou se Gim garantia que não seria convocado para depor. “100% ninguém garante, mas 90% sim”, disse o então senador, segundo Ricardo Pessoa.
PublicidadeVitória de Pirro, nome dado à nova fase da Lava Jato, remete à expressão histórica que representa uma vitória obtida mediante alto custo, popularmente adotada para vitórias consideradas inúteis. “Em que pese a atuação criminosa dos investigados no sentido de impedir o sucesso da apuração dos fatos na CPI/Senado e CPMI/Congresso Nacional, tal fato se mostrou inútil frente aos resultados das investigações realizadas no âmbito da denominada Operação Lava Jato”, explica em nota o Ministério Público Federal.