Edson Sardinha
A polícia civil do Distrito Federal investiga o assassinato do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, encontrado morto na noite de ontem (31) em seu apartamento em Brasília. Além do advogado, de 73 anos, foram encontradas mortas a mulher dele, Maria Carvalho Villela, e a governanta do casal, Francisca Nascimento da Silva. Os três corpos estavam encobertos de sangue e apresentavam sinais de facadas.
Segundo a delegada titular do 1º DP de Brasília, Martha Vargas, o ex-ministro do TSE foi assassinado com 32 facadas e Francisca, com 19. A delegada não informou o número de golpes desferidos contra a governanta. A polícia trabalha com a hipótese de que houve latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte, porque objetos de valor foram levados do apartamento.
José Guilherme defendeu Fernando Collor de Mello no processo de impeachment, em 1992, e leu a carta de renúncia do ex-presidente na sessão do Senado que julgou o pedido de perda de mandato. Foi ministro do TSE entre 1980 e 1986 e era dono de um escritório de advocacia que atuava em tribunais superiores na capital federal.
Segundo a polícia, as três vítimas não eram vistas desde sexta-feira, quando houve o último contato telefônico com familiares. A suspeita é de que o crime tenha ocorrido naquele dia, entre as 17h e as 19h.
Os corpos foram encontrados por uma neta do casal, que foi até o apartamento, localizado na SQS 113, na Asa Sul, acompanhada de um chaveiro, depois de tentar, em vão contato com os avós. Vizinhos relataram não ter ouvido nenhum barulho estranho no local. Também não foram identificados sinais de arrombamento no local.
OAB pede apuração
Natural de Manhuaçu (MG), José Guilherme era formado em Direito pela Universidade de Minas Gerais. A morte do ex-ministro do TSE foi lamentada pelo presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, que pediu “esclarecimentos rápidos e consistentes” a respeito das circunstâncias e motivações do crime.
Leia a nota divulgada pelo presidente da OAB:
“O Conselho Federal da OAB lamenta o trágico desaparecimento do advogado José Guilherme Villela, de sua mulher e da empregada de ambos, assassinados há cerca de três dias, mas cujos corpos foram encontrados somente hoje, no apartamento em que residiam.
Presença profissional destacada no Distrito Federal, a OAB, neste momento traumático para sua família e para a advocacia brasiliense, lembra o competente companheiro, cujo escritório era dos mais requisitados na capital, com atuação marcante nos tribunais superiores.
O triste episódio soma-se a uma preocupante estatística de violências contra a advocacia em diversos estados do país. A OAB associa-se às manifestações de pesar por esse acontecimento e mantém-se na expectativa de esclarecimentos rápidos e consistentes a respeito das circunstâncias e motivações do crime”.
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