No total, Raimundo Ribeiro diz que abriu mão dos 650 cargos que possuía no governo. Segundo o parlamentar, todos solicitaram suas exonerações, inclusive o administrador de Sobradinho, Divino Sales e o diretor do Procon-DF, Oscar Silva. Em seu primeiro discurso como opositor ao governo, Ribeiro condenou o loteamento de cargos no executivo.
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“Não faço parte de uma base alugada. Não vou trocar voto por cargos no governo”, disse o deputado. “Todos os cargos que o governador me conferiu estão, como sempre estiveram, à disposição dele”, finalizou.
O líder do governo, deputado Julio Cesar (PRB), rebateu as críticas do ex-líder e afirmou que era preciso tomar uma atitude com relação às falhas na segurança do presídio. “Quando há um fato desta gravidade, o governador precisa tomar decisões pontuais”, disse o parlamentar. O deputado Roosvelt Vilela (PSB) também saiu em defesa do governo e afirmou que a fuga dos presos foi um “atestado de incompetência da equipe”.
As nomeações dos novos secretários foram publicadas nesta quarta-feira no Diário Oficial do DF. A secretaria de Justiça fica com Guilherme Rocha de Almeida Abreu, perito criminal e ex-diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal. A subsecretaria do sistema penitenciário será comandada pelo diretor adjunto da Polícia Civil, Anderson Espíndola. E o PDF I fica a cargo de Johnson Kennedy. Todos são consideradas indicações do próprio governador.
Dança das cadeiras
PublicidadeAlém da fuga dos presos e da necessidade de dar uma resposta à população sobre o ocorrido, há, nos bastidores uma forte disputa entre o governo e a base aliada já mirando as disputas políticas de 2018. Ribeiro era um dos parlamentares mais fortes da base governista e também um dos campeões de cargos no executivo. Entretanto, as tratativas que têm tido com Cristovam Buarque e Celina Leão, ambos recém filiados ao PPS, incomodaram o governador, que decidiu romper com o tucano. Rollemberg chegou a convidar Raimundo Ribeiro para integrar seu partido, o PSB. Sobre a troca de partido, Ribeiro afirma que tem vários convites, mas ainda não decidiu o seu futuro.
Rollemberg chegou a contar com uma base aliada de vinte distritais, em junho de 2015. Atualmente, este número pode estar reduzido a dezesseis parlamentares e a postura do Legislativo tem se mostrado mais independente, pelo menos no início dos trabalhos de 2016.