Foi encerrado há pouco o depoimento do ex-diretor financeiro da Real Grandeza (fundo de pensão dos funcionários de Furnas) Jorge Luiz Monteiro de Freitas à CPI dos Correios. Pouco antes do final, Freitas foi acusado de enriquecimento ilícito pelo sub-relator de Fundos de Pensão, Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA). O ex-diretor refutou as acusações.
ACM Neto pediu explicações ao depoente sobre a compra de uma cobertura na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, no valor de US$ 2 milhões (cerca de R$ 4,2 milhões), pelo ex-gerente de análise de investimentos da Real Grandeza Benito Siciliano, subordinado de Freitas na entidade. Segundo o deputado Carlos William (PTC-MG), a operação foi feita por meio de uma empresa offshore sediada no Uruguai, de propriedade de Siciliano.
O ex-diretor financeiro negou ter conhecimento de qualquer irregularidade de seu subordinado, que era encarregado de analisar e gerenciar os investimentos do fundo de pensão. Siciliano foi demitido da Real Grandeza por ter autorizado operações financeiras arriscadas. ACM Neto pediu pressa na convocação de Benito Siciliano.
Freitas foi convocado para depor porque o sub-relator estranhou a aplicação de recursos da Real Grandeza nos bancos Rural e BMG, envolvidos no esquema do mensalão. ACM Neto afirmou que, durante a gestão do depoente, o fundo passou a concentrar 54% das aplicações, equivalentes a R$ 181 milhões, em certificados de depósito bancário (CDBs) nesses dois bancos.