O ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) liberação das acareações com o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto na CPI da Petrobras. Um dos delatores da Operação Lava Jato, Barusco alega que enfrenta problemas de saúde que o impedem de permanecer sentado por horas seguidas. Ele já havia feito sem sucesso a mesma solicitação ao presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB).
No pedido de habeas corpus, que será analisado pelo ministro Celso de Mello, a defesa afirma que Barusco sente fortes dores nos braços e nas pernas em decorrência de um câncer nos ossos e que a dispensa das acareações tem caráter humanitário.
A CPI marcou para a manhã desta quarta-feira (8) a acareação entre Barusco e Duque. Em delação premiada, o ex-gerente admitiu ter recebido cerca de US$ 100 milhões em propina, desde 1996, período que compreendeu os governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula e Dilma (PT). Ele acusa Duque, era seu chefe na estatal, de participar do esquema de corrupção. Apontado como operador do PT no “petrolão”, o ex-diretor, no entanto, nega qualquer envolvimento no caso.
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Na quinta-feira está prevista a acareação entre Barusco e Vaccari. Em depoimento à comissão, em março, o ex-gerente afirmou que o PT recebeu U$$ 200 milhões do esquema de desvio de recursos da Petrobras. Em nota oficial divulgada à época, o partido negou a versão do delator e disse que o processaria pelos crimes de calúnia e difamação.
Duque e Vaccari estão presos em Curitiba. Na semana passada, eles conseguiram no STF liminar que lhes garante o direito de permanecer em silêncio na CPI. Quando foram ouvidos pela comissão, eles também se recusaram a responder as perguntas dos deputados.
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