O executivo Eduardo Hermelino Leite disse há pouco que a Petrobras continua a pagar sobrepreço relativo ao valor de propina nos contratos feitos com as empresas acusadas de formação de cartel. Leite, que é ex-vice-presidente da construtora Camargo Côrrea, fez essa afirmação ao responder pergunta do deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI da Petrobras.
Mais cedo, Leite havia dito à CPI que os valores relativos ao pagamento de propina eram de 2% sobre os valores dos contratos e que esse percentual era acrescido nas propostas da Camargo Corrêa à Petrobras.
Desses 2%, metade era destinada à diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, e a outra metade para a diretoria de Serviços, ocupada por Renato Duque.
O deputado Altineu Cortes quis saber se a Camargo Corrêa fez o desconto desses 2% nos valores dos contratos depois de deixar de pagar a propina, em decorrência da Operação Lava Jato. “Não”, respondeu o executivo. “Então a Petrobras continuou a pagar o sobrepreço mesmo depois que cessou o pagamento de propina?”, perguntou o deputado. “Acredito que sim. Acho que isso tudo continua existindo porque tinha como fundamento maus projetos. O conjunto dessa obra continua existindo lá”, disse Leite.
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