O ex-deputado federal e atual prefeito de Vitória, João Coser (PT), defendeu investigação sobre a empreiteira Gautama – acusada pela Polícia Federal de chefiar a máfia das obras – durante a CPI das Obras Inacabadas. A CPI acabou por não restringir a empresa. Anos depois, Coser recebeu, legalmente, R$ 100 mil de doação de campanha da Gautama, revela reportagem de Marcelo Rocha, jornalista do Correio Braziliense, na edição de hoje (9) da publicação.
Em 2001, durante a CPI das Obras Inacabadas, Coser apresentou requerimento para pedir informações à Gautama sobre a construção de adutora do Rio São Francisco (SE), “então incluída pela comissão de inquérito no rol de obras que apresentaram irregularidades graves”. A construtora acabou livre de qualquer acusação no relatório da comissão. De acordo com o Correio, três anos depois, em 2004, Coser elegeu-se prefeito de Vitória, eleição em que teve o apoio financeiro da Gautama, de Zuleido Soares Veras.
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A obra questionada no passado é, inclusive, uma das listadas no inquérito da Polícia Federal como um dos exemplos de como a Gautama burlava e direcionava licitações. Por conta dela e de outros empreendimentos, a PF deflagrou este ano a Operação Navalha, quando acusou 49 pessoas e prendeu 47, entre políticos, empresários e lobistas.
Coser disse ao Correio que a CPI investigou obras, e não empresas. Disse que, como deputado, fez vários requerimentos, não só sobre a Gautama. O prefeito de Vitória afirmou não ter nenhum relações pessoais com a empreiteira e com Zuleido. (Eduardo Militão)
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