Os advogados de Donadon alegam que ele já cumpriu um sexto da punição e que foi beneficiado com a redução de 73 dias de sua pena por participar de atividades dentro da cadeia. Condenado em 2010 pelos crimes de peculato e formação de quadrilha, o ex-parlamentar já cumpriu, conforme extrato de execução de penal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF), um ano e dez meses de prisão.
Leia também
A progressão da pena depende de decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDTF) e de parecer do Ministério Público sobre o caso. O MP ainda não se manifestou sobre o assunto.
A possibilidade de sair da prisão, ao menos pela manhã e pela tarde, animou o ex-parlamentar. Desde que deixou a Câmara, Donadon já dividiu cela com presos condenados por crimes como homicídio. Atualmente, ele está na ala especial destinada a políticos presos. Foi nessa ala que ficou o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu.
Segundo próximas ao ex-parlamentar, Donadon teve vários problemas de saúde na cadeia: sofreu com uma gastrite e contraiu uma doença de pele, em consequência das condições insalubres das celas da Papuda.
Em 2010, Donadon foi condenado por desviar, entre 1995 e 1998, mais de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa do Rondônia. Nesse período, ocupava o cargo de assessor financeiro. Ele renunciou ao mandato em 2010, para tentar escapar do julgamento no STF, mas os ministros entenderam que a renúncia foi uma manobra do ex-deputado. Reeleito novamente, ele acabou preso em junho de 2013. Em agosto daquele ano, mesmo estando preso há dois meses, ele voltou à Câmara para ser julgado por quebra de decoro pelo plenário. Em votação secreta, foi absolvido por 233 votos contra 131 e 41 abstenções. Com isso, tornou-se o primeiro parlamentar presidiário da política brasileira.
PublicidadeDesgastada diante da opinião pública pela decisão inusitada, a Câmara acelerou a análise da proposta que acabava com o voto secreto para cassação de mandato. Em fevereiro de 2014, em novo processo, Natan foi julgado novamente – desta vez com o voto aberto: foi cassado por 467 deputados. Apenas um deputado se absteve.