O ex-assessor parlamentar que hostilizou o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, na saída de um restaurante, em Brasília, foi detido ontem (6) à noite pela Polícia Legislativa após discussão com o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). O líder do PSDB no Senado se irritou com uma pergunta feita pelo blogueiro Rodrigo Grassi, mais conhecido como Rodrigo Pilha, sobre a posição de seu partido em relação aos pedidos de CPI em São Paulo e seu suposto envolvimento com o desvio de verbas do metrô.
As imagens da discussão foram publicadas pelo ex-assessor da deputada Erika Kokay (PT-DF) na internet, pouco depois de ele ter sido liberado pelos policiais legislativos. Depois de responder às primeiras perguntas sobre a importância das CPIs de maneira solícita, o senador paulista perdeu a paciência com Pilha e tentou dar um “pescoção” no blogueiro: “Vai pra puta que te pariu. Envolvimento é o cacete. Vagabundo”.
“Essa é a liberdade de imprensa do PSDB. O senhor está querendo me agredir. Este é o PSDB, é o Aloysio Nunes. Vai para a internet”, disse imediatamente o ex-assessor.
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Veja a discussão:
“Um jovem me abordou a pretexto de fazer uma entrevista a respeito de CPIs. Eu parei para falar com ele e, no meio da entrevista, ele me fez uma ofensa muito grave. Eu então tentei segurá-lo para chamar a segurança e ele saiu correndo. Depois, quando eu estava saindo do Senado, ele voltou a me abordar e foi preso”, contou o senador à Agência Brasil.
Depois de ser liberado pela polícia legislativa, o blogueiro disse que não teve a intenção de agredir o senador e apenas fez perguntas a Aloysio. “Eu fiz três perguntas e ele se irritou, começou a me xingar e me agredir. Como foi na saída do Senado, a Polícia veio e me prendeu. Me pegaram dentro do ônibus já, quando eu estava indo embora”, afirmou.
Rodrigo Pilha foi exonerado do gabinete de Erika Kokay após ter divulgado na internet um vídeo feito por ele mesmo em que abordava na rua o ministro Joaquim Barbosa. Na ocasião, ele chamou Joaquim de “autoritário”, “tucano” e “projeto de ditador”. Por causa do envolvimento dele nesse episódio, Aloysio Nunes pediu à Câmara a abertura de processo disciplinar contra o assessor da deputada petista. Mas Pilha acabou exonerado logo em seguida pela parlamentar.