A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência ouve na próxima quarta-feira (17) o ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento. Ele é acusado de ser o responsável por realizar grampos ilegais em autoridades. Na tarde de sexta-feira (12), Nascimento impetrou dois habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito de ficar em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.
Segundo acusações, Ambrósio teria sido convidado pelo delegado Protógenes Queiroz para participar extra-oficialmente da Operação Satiagraha da Polícia Federal (PF), que prendeu o banqueiro Daniel Dantas. O ex-agente teria articulado junto a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a execução de escutas telefônicas clandestinas em telefones de autoridades. O nome de Ambrósio aparece também como o responsável pelo grampo em diálogo entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
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O ex-agente é acusado ainda de ter feito escutas clandestinas para auxiliar nas investigações da Operação Chacal, que investigou a espionagem da Kroll contra a Telecom Itália. Na semana passada, Ambrósio negou ter feito escutas ilegais, mas admitiu ter tido acesso a dados sigilosos das citadas operações da PF.
Mais uma vez
A comissão também deseja ouvir novamente o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Nacional, Jorge Félix, o diretor da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa e o diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda, além do diretor também afastado da Contra-Inteligência da agência, Paulo Maurício Fortunato. Os três primeiros foram ouvidos na comissão na semana passada, enquanto Fortunato prestou depoimento à CPI dos Grampos.
Segundo o presidente da Comissão, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), uma nova oitiva é necessária para esclarecer contradições em depoimentos anteriores. Os parlamentares alegam que os depoentes prestaram à comissão informações desencontradas das relatadas à CPI. (Renata Camargo)