Com a responsabilidade de fazer frente à mais grave crise financeira em 70 anos, o conjunto de medidas de salvamento da economia dos Estados Unidos deve ser votado na próxima terça-feira (10), no Senado norte-americano. O “plano de estímulo econômico” elaborado pela equipe do presidente dos EUA, Barack Obama, reúne investimentos em infra-estrutura, cortes de impostos e restrições energéticas, além de auxílio para setores como educação, saúde e imóveis.
Os democratas, grupo de origem de Obama, tiveram de aceitar a exigência feita pelos republicanos de que haja corte de dezenas de bilhões de dólares de um pacote que, a princípio, estipulava US$ 937 bilhões. Assim, algo em torno de US$ 780 bilhões deve ser o montante a ser submetido ao Congresso – forma encontrada para evitar as críticas da oposição republicana.
“Estamos satisfeitos de que o processo está caminhando e que estamos próximos de chegar a um plano que criará milhões de empregos e levará as pessoas de volta ao trabalho”, entusiasmou-se o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, segundo a Agência Estado. Em seus primeiros dias de mandato à frente da nação mais poderosa do mundo e epicentro da crise internacional –, Obama quer evitar que algo parecido à Grande Depressão dos anos 30, quando a economia dos EUA entrou em absoluto colapso.
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"Os americanos ao redor do país estão ansiosos à espera da aprovação do pacote. Estão acompanhando tudo para saber se iremos cumprir a promessa de manter a América viva", declarou Obama, em entrevista a um programa de rádio neste sábado. Ele passou a adotar um discurso mais assertivo contra o governo do predecessor republicano George W. Bush, atribuindo-lhe a culpa pela atual situação econômica.
Nenhum republicano votou a favor da ajuda do plano do governo na Câmara, onde o pacote econômico foi aprovado. O desafio dos aliados de Obama é repetir a aprovação no Senado, onde alguns parlamentares republicanos se mostram refratários à proposta.
Ontem (6),o Departamento de Trabalho dos EUA contabilizou o fechamento de 598 mil postos de trabalho, em números relativos a janeiro – maior número de demissões desde dezembro 1974. Já a taxa de desemprego chegou a 7,6%. (Fábio Góis)