Considerada o braço direito de Dilma na Casa Civil, Erenice Guerra foi alçada ao posto de titular assim que a petista deixou o cargo para concorrer à Presidência da República, em 2010. A passagem dela pela chefia, no entanto, foi abreviada por uma série de denúncias. Quando assumiu a pasta, Erenice já carregava no currículo a suspeita de ter elaborado quando era secretária-executiva da pasta, em 2008, um dossiê com gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e outros tucanos com cartão corporativo. O caso rendeu uma das crises enfrentadas por Dilma na Casa Civil e ameaça de instalação de CPI.
Às vésperas da primeira eleição de Dilma, Erenice caiu após a publicação de denúncias da revista Veja. Segundo a publicação, um empresário do setor de transportes acusava Israel Guerra, filho da ministra, de participar de um esquema de tráfico de influência em que ele cobraria 6% de propina para facilitar negócios com o governo. Para não prejudicar a candidatura de Dilma, Erenice deixou o cargo, alegando ser vítima de armação feita pelo então adversário da petista, José Serra (PSDB).
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O caso rendeu um voto de censura por parte da Comissão de Ética da Presidência da República contra a ex-ministra, em 2011. A medida não a impedia de ocupar novo cargo público, mas significava que ela havia tido conduta não condizente com o cargo que ocupava.
No ano passado, a ex-ministra foi incluída na lista de investigados do inquérito-mãe da Lava Jato, a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em sua delação premiada, o ex-senador cassado Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), que foi líder de Dilma no Senado, acusou Erenice de participar do esquema de corrupção nas obras da usina de Belo Monte. A ex-ministra nega envolvimento nas irregularidades. “Absolutamente inconsistente”, disse a defesa dela à época da revelação do depoimento de Delcídio.