O relatório final da CPI dos Correios concluiu que o mensalão existiu e que não era caixa dois de dinheiro de campanha. O texto apresentado hoje pelo relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz que houve pagamento de mesada para deputados da base governista.
Os governistas, durante os dez meses de investigações CPI, afirmavam que o pagamento dos recursos provenientes das contas bancárias do empresário Marcos Valério de Souza servia para saldar dívidas de campanha não contabilizadas. Serraglio não aceitou a versão em seu relatório.
“É reduzir-se em demasia a inteligência dos brasileiros imaginar que será bastante dizer que os milhões não foram distribuídos a parlamentares, mas sim corresponderiam a caixa dois de campanhas", afirma o deputado no texto.
Para diferenciar mensalão de caixa dois, Serraglio argumenta dizendo que há repasse de recursos para deputados em 2003, ano em que não houve campanha, e que os envolvidos não apresentaram comprovantes dos pagamentos de dívidas de campanha. "Minimamente, deveriam ser comprovados tais pagamentos (de caixa dois). Afora isso, será basófia", afirma Serraglio.
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O valerioduto teria como fontes o Fundo de Recursos da Visanet, gerido pelo Banco do Brasil, e fontes privadas, como a Brasil Telecom e a Usiminas.
Para o relator, os empréstimos feitos pelo partido do presidente, no valor de R$ 55 milhões, no Banco Rural e BMG seriam "mera formalidade contábil e financeira" para montar "uma farsa" para "mascarar" a origem dos recursos.
Um pedido de vistas coletivo da comissão adiou para a próxima terça a votação do relatório final. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), ponderou que dessa forma, os parlamentares terão tempo para ler o texto final.
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