Levantamento feito pelo jornal O Globo revela que os acusados de envolvimento com o mensalão que são candidatos nestas eleições já conseguiram arrecadar R$ 2,909 milhões para suas campanhas. Ao todo, oito deputados, dois que renunciaram ao mandato para escapar da cassação e um ex-dirigente petista denunciados pelas CPIs dos Correios e do Mensalão tentam uma vaga na Câmara em outubro.
De acordo com as informações prestadas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP) é o que tem menos motivos para reclamar. Já arrecadou até agora R$ 777,3 mil. Presidente do partido, Valdemar renunciou ao mandato em agosto do ano passado, acusado de distribuir recursos do valerioduto entre os integrantes da bancada. Ele confessou que recebeu R$ 6,5 milhões do caixa dois do PT para a campanha de 2002.
Juntos, os sete petistas acusados de envolvimento com o mensalão arrecadaram R$ 1,81 milhão. Entre eles, o campeão no levantamento de recursos para campanha é o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP). O deputado declarou ter conseguido R$ 635,9 mil para financiar sua candidatura.
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Marcia Regina Cunha, mulher do ex-presidente da Câmara, sacou da agência do banco Rural em Brasília R$ 50 mil das contas do empresário Marcos Valério. Inicialmente, ele disse que a mulher havia ido à agência pagar uma conta de TV a cabo. Depois, ele mudou a versão e disse que o dinheiro foi usado para ajudar na campanha do PT em Osasco, em 2004.
Os outros petistas envolvidos no escândalo que concorrem a uma vaga na Câmara são os deputados José Mentor (SP), Josias Gomes (BA), João Magno (MG) e Professor Luizinho (SP). O ex-deputado Paulo Rocha (PA) e o ex-presidente do PT José Genoino (SP) também são candidatos. Genoino informou ao TSE ter arrecadado até agora R$ 201 mil.
O ex-líder do PP na Câmara Pedro Henry (MT) declarou ter levantado R$ 145 mil para sua campanha. O ex-líder do PMDB José Borba (PR) lançou sua candidatura à revelia do diretório peemedebista paranaense, mas recorreu da tentativa de impugnação e luta na Justiça para continuar na disputa. De acordo com O Globo, os dados da prestação de contas de Borba não estão disponíveis na página do TSE na internet. Ele teria sido beneficiado com R$ 2,1 milhões do valerioduto. Borba nega ter recebido o dinheiro.