Quanto a mensalões, aqui entendido no sentido lato de violações legais praticadas para conquistar ou manter poder político, têm longo e diversificado histórico. Há o mais famoso deles, o mensalão do PT e dos partidos aliados, que veio a público no febricitante ano de 2005.
Mas ele foi precedido por aquilo que ficou conhecido como mensalão tucano ou mineiro, do qual emergiu como principal réu o ex-senador e atual deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Acusado de ter se beneficiado de recursos desviados de empresas públicas para a sua campanha à reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998, ele responde por peculato e lavagem de dinheiro na Ação Penal 536, em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Sem falar do chamado mensalão do DEM, que tirou do partido e do governo do Distrito Federal o ex-senador José Roberto Arruda, e dos mensalinhos que proliferam pelo país afora, em assembleias legislativas e câmaras legislativas.
Para cobrar do Judiciário firmeza e celeridade no julgamento de todos esses casos, e de tantos mais que atingem políticos, entidades engajadas no combate à corrupção farão às 13h da próxima quinta-feira, dia 16, uma quadrilha junina em frente ao prédio do Supremo. A manifestação deverá incluir um casamento entre duas “noivas” que no Brasil têm andado mais juntas do que seria desejável, a Corrupção e a Impunidade.
A iniciativa, que tem o apoio do Congresso em Foco, é de várias organizações que se reuniram hoje pela manhã para discutir formas de aumentar a mobilização da sociedade em relação ao tema da corrupção. Estão entre elas os movimentos 31 de Julho, do Rio de Janeiro, o Adote um Distrital, de Brasília, e várias entidades de atuação nacional, como o Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), a ONG Contas Abertas, o movimento Nas Ruas e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).
Várias dessas instituições, com absoluto destaque para o MCCE, tiveram papel fundamental na arregimentação de assinaturas para o projeto que deu origem à Lei da Ficha Limpa.
Na manifestação, os ativistas cobrarão do Supremo maior eficiência para julgar as acusações criminais contra parlamentares, que atingem quase 200 deputados federais e senadores, ou seja, cerca de um terço do Congresso Nacional. Alguns desses casos se arrastam no STF há duas décadas.