Rodolfo Torres
Entidades que defendem a aprovação do projeto ficha limpa criticaram nesta quarta-feira (7) a decisão dos líderes de encaminhar a proposta para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, adiando a votação para maio.
“É lamentável. Isso frusta, como já disse, toda a nação brasileira, que espera uma resposta positiva da Câmara dos Deputados. Tenho certeza de que nesse momentos os deputados devem ter se arrependido do mal que fizeram para eles próprios”, afirmou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante.
Ophir ressaltou que vai se reunir com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e com líderes partidários que apoiam a proposta. Para ele, como o projeto trata de condições prévias de elegibilidade, e não do processo eleitoral, ele poderá ser aplicada nas próximas eleições, caso seja sancionado até lá.
“Tecnicamente ainda existe a possibilidade, se o trabalho no Senado for célere. Agora, de fato, cada vez mais o tempo fica apertado e nós estamos profundamente decepcionados com a resistência de alguns partidos que se recusaram – pelo menos estão se recusando até agora – a assinar o pedido de urgência; sem o qual a protelação ainda é maior”, afirmou o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara.
“Nós devemos continuar continuar sem desanimar, independente do que vier a ser o resultado das votações nesse momento no Congresso Nacional”, afirmou o religioso, ressaltante ser “preocupante” a resistência ao projeto.
Requerimento de urgência
De autoria do líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), o requerimento de urgência para a apreciação da proposta contou com a adesão dos seguintes partidos: PSDB, PPS, Psol, PV, PHS, PSC e PDT.
Contudo, como o documento não conseguiu o número de assinaturas suficientes, a proposta terá de ser remetida à CCJ para ser debatida. De acordo com o presidente da Câmara, a ficha limpa ser analisada em plenário no início de maio.