A primeira grande crise do governo Lula foi detonada em meados de 2005 por um dos principais novos aliados do governo à época, o presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ). Declarando-se abandonado pelo Palácio do Planalto diante da denúncia de que coordenaria um esquema de corrupção nos Correios, Jefferson acusou o PT de comprar apoio parlamentar no Congresso.
A denúncia resultou na instalação de CPIs e na elevação da temperatura política a níveis poucas vezes vistos na história recente da República. Enquanto caíam os principais articuladores do governo, o PT se via, pela primeira vez, na condição de vidraça de um grande escândalo nacional.
Apesar de a acusação inicial ter envolvido uma centena de parlamentares, a CPI pediu a cassação de 19 deputados. Apenas três foram cassados: o próprio Jefferson; Pedro Corrêa (PP-PE), então presidente nacional do seu partido; e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP), que retornou à Câmara após ser apontado como coordenador do esquema. Dirceu teve o mandato cassado por seus pares na "Planície" – como fora apelidada a Casa na ocasião, diante do suposto poder do "Planalto" – em 30 de novembro de 2005, por 293 votos a 192, e oito abstenções.
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Outros 12 deputados foram absolvidos pelo Plenário da Câmara: João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), José Janene (PP-PR), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA), Pedro Henry (PP-MT), Professor Luizinho (PT-SP), Roberto Brant (PFL-MG), Romeu Queiroz (PTB-MG), Sandro Mabel (PL-GO), Vadão Gomes (PP-SP) e Vanderval Santos (PL-SP).
Quatro renunciaram: Carlos Rodrigues (PL-RJ); o ex-líder do PMDB José Borba (PR); Paulo Rocha (PT-PA), que também havia liderado a bancada do seu partido na Câmara; e o então presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto (SP). Somente os dois últimos voltaram à Câmara em 2007.
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