A eleição para a presidência da Câmara está cada vez mais acirrada e deverá ser decidida em um segundo turno, entre Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). De acordo com enquete realizada pelo jornal Folha de S. Paulo, o petista é o favorito no primeiro turno, mas não com larga vantagem.
“A enquete aponta que 35,1% (155) dos deputados entrevistados votariam em Chinaglia; 29,2% (129) em Aldo; e 14,5% (64) no candidato Gustavo Fruet (PSDB-PR), último entre os três a definir que disputaria a presidência da Câmara", informam os repórteres Felipe Seligman e Vinicius Abbate. Eles destacam que 21,2% (93) dos parlamentares não quiseram revelar o voto.
Leia também
O levantamento, que foi realizado com 441 deputados da nova legislatura (85,96% dos 513 eleitos), entre 8 e 26 de janeiro, mostra que, caso não houvesse o lançamento da candidatura Fruet e o PSDB apoiasse Chinaglia, o petista teria grandes chances de ganhar a eleição no primeiro turno. Para vencer a disputa com apenas uma votação, o deputado precisa ter ao menos 257 votos.
2º turno indefinido
O jornal ainda destaca que o cenário para o segundo turno está indefinido, porque grande parte dos deputados que revelou votar em Fruet no primeiro turno preferiu não apontar sua opção no segundo turno.
“Em disputa entre Chinaglia e Aldo, 36,9% (162) dos deputados preferem o petista, enquanto 31% (137) optam pelo comunista – 32,1% (142) dos parlamentares consultados não revelaram em quem votam no segundo turno, ou por não trabalhar com a hipótese de uma derrota do tucano, ou por não ter uma escolha definida”.
Enquete Estadão
O jornal O Estado de S. Paulo também realizou uma enquete para saber a preferência dos parlamentares. O levantamento, realizado com 416 deputados, aponta que o candidato do PT, Arlindo Chinaglia (SP), obteve 174 votos, ou 41,8%, seguido por Aldo, com 113 (27,2%), e Fruet, com 80 (19,2%).
O repórter Guilherme Scarance conta que há 11,3% de indecisos e, matematicamente, Fruet pode superar Aldo. “Além disso, qualquer um dos dois, se abocanhar os votos do derrotado e dos indecisos, pode derrotar Chinaglia num provável segundo turno”, afirma.
Segundo o jornalista, o apoio do PMDB foi fundamental para Chinaglia. Na enquete, o petista foi apoiado por 41 peemedebistas, que reforçam os 75 votos do próprio PT e os 58 das demais legendas. Dentro do PMDB há nove parlamentares indecisos e 11 admitem a preferência pela reeleição de Aldo. “Já a candidatura do atual presidente da Câmara depende substancialmente do PFL, que lhe assegurou 41 votos. PSB e PC do B reforçaram sua artilharia, com um total de 31 votos”, diz a reportagem.
Já o tucano Fruet tem sua base no próprio PSDB, com 58 votos, escorados por 15 votos do PPS e 7 de outras siglas. Dos entrevistados, só dois pretendem votar em branco e 47 esperam orientação de seus partidos ou ainda não definiram o voto.
Estados
De acordo com o levantamento do jornal Estado de S. Paulo, Chinaglia venceria em 14 Estados (Acre, Bahia, Rio, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e Aldo em 8 (Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Piauí, Sergipe e Tocantins). Fruet só ganharia
A enquete do jornal procurou todos os deputados eleitos ou reeleitos em 2006, entre os dias 22 e 26. Não responderam ou não foram localizados 97 deles.
Eleitos rejeitam proposta de aumento de 91%
A maioria dos parlamentares eleitos para a próxima legislatura rejeita a proposta de aumento de 91% em seus salários. É o que mostra pesquisa realizada pelo jornal Folha de S. Paulo com 441 dos 513 deputados. Segundo a enquete, 59% dos deputados rejeitam o aumento, que elevaria os salários para R$ 24,5 mil. No entanto, 26,9% são favoráveis à equiparação salarial com o teto do Judiciário.
Em relação ao recebimento da verba indenizatória, a maioria dos deputados (71%) declarou ser a favor da mensalidade de R$ 15 mil a que os deputados têm direito para cobrir gastos de seus gabinetes estaduais. Apenas 10,3% renunciariam ao auxílio.
A reportagem afirma que outro dado relevante da enquete é a rejeição à proposta de substituição da verba indenizatória pela equiparação salarial. A maioria (66,7%) foi contra, e 22,5% se disseram a favor.
Mais transparente
O resultado da pesquisa também mostra que os novos deputados estão dispostos a votar com mais transparência: 58,8% dos deputados responderam ser contra o voto secreto; 18% são a favor do voto secreto para eleições da Mesa, e 15% são a favor do voto secreto”
Sobre a imunidade parlamentar, a maioria dos deputados, 65,4%, disse ser a favor da permanência do mecanismo, e 28% declararam ser contrários à imunidade parlamentar.
Gastos extras de deputados chegam a R$ 81 milhões
Reportagem publicada pelo jornal O Globo revela que os gastos com pagamento de verbas extras aos parlamentares chegaram a R$ 81,330 milhões no ano passado. De acordo com os repórteres Bernardo de
Os jornalistas explicam que as verbas indenizatórias têm que ser comprovadas com notas e podem ser usadas para pagar despesas de locomoção, hospedagem, combustível, contratação de consultores, entre outros. Cada deputado pode gastar até R$ 180 mil por ano. O levantamento, que analisou as prestações de contas apresentadas por 625 deputados, mostra que 74 deles gastaram o máximo possível.
“Quando foi estabelecido, em abril, o limite de R$ 4,5 mil para as despesas com combustíveis, até então consideradas excessivas, os deputados migraram seus gastos e passaram a apresentar notas de despesas com locomoção, hospedagem, alimentação e contratação de consultorias, pesquisas e assessorias técnicas. Ou seja, mudaram o tipo de despesa, mas continuaram gastando o máximo”, afirmam os jornalistas.
Eles contam que o deputado Severiano Alves (PDT-BA) é exemplo de migração de gastos depois do limite para despesa com combustível. “Gastou até abril, quando foi criado o teto, R$ 36.549 com combustível e R$ 32.028 nos oito meses seguintes. Já com consultoria, o deputado gastou R$
“Ele gastou nos três primeiros meses do ano R$ 30.473 com combustível e nos outros nove R$ 34.102, num total de R$ 64.575. Trinta gastou com consultoria R$ 21.280, mas seus gastos migraram para locomoção, hospedagem e alimentação. Nos quatro primeiros meses do ano, o deputado tinha gasto R$ 661 com este objetivo, mas depois da criação do limite para as despesas com combustível gastou R$ 70,837 mil”.