O empresário Roberto Carlos Kurzweil, de Ribeirão Preto (SP), negou hoje, em depoimento na CPI dos Bingos, que tenha participado do suposto transporte de cerca de US$ 3 milhões vindos do governo de Cuba para o caixa dois da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Kurzweil, que depôs protegido por um habeas-corpus concedido ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) disse que não se negaria a responder a qualquer pergunta dos parlamentares.
De acordo com matéria da revista Veja, publicada em setembro do ano passado, o empresário, dono de uma locadora de veículos, teria disponibilizado um automóvel Omega preto blindado para levar de Campinas (SP) para São Paulo, em caixas de uísque, os dólares cubanos. Kurzweil negou esta versão.
Indagado pelos senadores, Kurzweil disse que conhece o advogado Rogério Buratti desde 1991, quando este foi secretário em Ribeirão Preto, mas disse que nunca teve negócios com ele, e que conversou com Buratti cerca de 20 vezes. O relator da CPI, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse que havia 56 ligações do empresário para Buratti. O empresário lembrou que poderiam ser tentativas de ligações que acabam sendo computadas.
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Além disso, as ligações eram profissionais, segundo Kurzweil, pois Buratti estava procurando fazer negócios com pessoas de Angola, que estavam em contato com o empresário. Os negócios, complementou, não foram bem-sucedidos.
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