Os integrantes do Conselho de Administração da empresa GDK requereram habeas corpus, com pedido de liminar, ao Supremo Tribunal Federal (STF), contra o relatório final da CPI dos Correios, que recomendou o indiciamento dos executivos.
A empresa despontou no noticiário político em julho de 2005, quando o então secretário-geral do PT Silvio Pereira admitiu ter ganho um jipe Land Rover, avaliado em R$ 70 mil, de presente da GDK, que havia fechado contrato com a Petrobras. Diante da confissão, ele pediu a desfiliação do PT.
Ontem o jornal O Globo publicou entrevista com Silvio Pereira, em que ele revela detalhes do escândalo do valerioduto. Questionado sobre o episódio do presente da GDK, o ex-dirigente petista afirma estar arrependido de ter aceitado o presente.
No relatório final da CPI, os parlamentares pedem o indiciamento de 118 pessoas pelos crimes de corrupção, entre outros.
A empresa aparece na lista junto com Silvio Pereira como “dirigentes da GDK que assinaram o contrato (de fornecimento de serviços e produtos) com a estatal (Petrobras)”. Para a CPI, os citados teriam cometido tráfico de influência.
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Os advogados dos executivos recorreram à Justiça, então, pedindo liminar para suspender o indiciamento recomendado pela comissão. Segundo eles, o indiciamento não estaria fundamentado e seus clientes sequer foram ouvidos pela CPI. Também sustentam que a CPI não citou o contrato social da GDK, nem os nomes dos administradores da empresa.
“Se as funções do indiciamento se limitam à obtenção de dados e informações, estas podem bem ser obtidas durante o processo, impensável o sugerido indiciamento”, afirmou a defesa dos empresários.