Depois de falar com uma gerente, Cid deu início ao empreendimento, recebendo empréstimo do BNB com juros abaixo do valor de mercado. Segundo reportagem da revista Época, o então governador dava, enfim, “serventia” a um terreno por ele comprado em 1996.
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“O governador ficou animado. Não estava fácil empreender em Sobral. Cid finalmente arranjara uma serventia para um terreno que comprara em 1996 – e estava abandonado. Em 2013, já mandara asfaltar uma estrada que dava acesso ao lote. Nada de buracos e curvas acentuadas. A estrada ficou um tapete, bem sinalizada. O dinheiro para a obra? Veio do governo do Estado, então administrado por Cid Gomes. Foram quase R$ 2 milhões para pavimentar os 2 quilômetros da estrada”, diz trecho do texto assinado por Murilo Ramos.
A reportagem relata que “tudo caminhava bem” até o então governador cearense perceber que questões burocráticas ameaçam a prosperidade de seu negócio.: não havia, no zoneamento de Sobral, previsão para que o terreno pudesse receber o empreendimento. Diante do impasse, Cid recorreu ao Conselho Municipal do Plano Diretor, ligado à administração do prefeito de Sobral, Veveu Arruda (PT), seu antigo aliado. O petista, marido da atual vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, também havia participado da inauguração daquela agência, e tratou de ajudar Cid. Apesar da resistência inicial de um dos conselheiros, que apontou a hipótese de ilegalidade no fato de o órgão discutir a questão, o entrave foi rapidamente resolvido. A licença para o negócio ser tocado foi concedida em poucos dias.
“Chegara o momento de a empresa de Cid receber o dinheiro, aplicar no projeto e lucrar com o retorno do investimento. No caso, com o aluguel do galpão. Cid e seu sócio já tinham acertado o aluguel meses antes, em janeiro de 2014, para a Cervejaria Petrópolis, fabricante da cerveja Itaipava. A despeito de o terreno de Cid ficar numa área isolada e pouco urbanizada, a Itaipava preferiu alugar seu galpão a se instalar no distrito industrial, localidade atendida por infraestrutura de qualidade, onde outras grandes empresas ficam. A Itaipava ainda topou pagar R$ 36 mil todos os meses para a empresa de Cid”, informa a revista.
Leia mais na matéria intitulada “Cid Gomes, um cliente vip do Banco do Nordeste”
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