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Legendas que hoje não têm representação no Congresso, como PCO, PSDC, PSTU, PTN e PPL, perdem boa parte do pouco que têm. Legendas criadas nos próximos dois anos também terão problemas, já que “não enfrentaram a pia batismal” das eleições de 2010, como o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), disse. Ele, no entanto, rejeita a acusação que sua emenda prejudica as legendas menores. Mas frisa que ela favorece todos os partidos com representação na Câmara.
Atualmente, a legislação eleitoral prevê que os 50 minutos diários de propaganda política sejam divididos de duas formas. A maior parte (2/3) é repartida entre os partidos com representação na Câmara. Quanto mais deputados maior o tempo de televisão. O restante (1/3) vai para todas as legendas independentemente de ter ou não bancada federal e de forma igualitária.
Com a emenda, esta menor parte terá uma nova divisão. Dos atuais 33 segundos que cabem a cada partido, 22 irão para todos que conseguiram eleger deputados nas eleições de 2010. Ou seja, as pequenas legendas e as siglas ainda a ser constituídas têm o tempo reduzido. “Não há nenhuma possibilidade de sobrivivência por conta da mão grande em cima daquilo que era democrático”, disparou o líder da minoria na Câmara, Walter Feldmann (PSDB-SP). “Precisamos alertar que essa emenda pode prejudicar as legendas menores”, completou o líder do PSD, Eduardo Sciarra (PR).
Em contrapartida, os partidos maiores levam a melhor. O tempo de rádio e televisão de PT, PMDB e PSDB, por exemplo, aumenta consideravelmente. O DEM recupera o que perdeu com a saída de aproximadamente 20 deputados para o PSD. Na eleição de 2010, o partido tinha quase três minutos. Perdeu 61 segundos. “A emenda visa fortalecer os partidos existentes em 2010 e com representação no Congresso”, disse Caiado.
Após a análise do destaque do DEM, os deputados derrubaram uma proposta do PSDB que pretendia fazer as regras valerem apenas a partir de fevereiro de 2015. A sugestão beneficiaria o partido a ser criado pela ex-senadora Marina Silva. No entanto, outros cinco destaques ainda serão analisados na próxima terça-feira (23). Pelo menos um deles trata de quando a nova divisão passará a ter efeito.
Câmara dificulta criação de partidos políticos
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Nota atualizada a 0h42