Líder nas pesquisas para o governo do Distrito Federal, o ex-governador José Roberto Arruda (PR) é protagonista de um novo filme quatro anos depois de aparecer recebendo dinheiro de seu ex-secretário Durval Barbosa, no chamado mensalão do DEM. Dessa vez, Arruda aparece dizendo que tem votos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para se livrar da cassação de sua candidatura imposta pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) com base na Lei da Ficha Limpa. As declarações – gravadas na última quinta-feira (21) – estão em dois vídeos em poder do Ministério Público, divulgados esta tarde pelo site da revista Época.
Veja os vídeos no site da Época
Durante uma conversa de meia hora com correligionários do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), Arruda afirma ter dois votos no TSE e que estaria “trabalhando tudo” para garantir os quatros votos necessários para se livrar da cassação de seu registro de candidatura, determinada pelo TRE no último dia 12. O ex-governador recorre ao TSE, que deve examinar esta noite o seu pedido.
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Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi envolvido na conversa. De acordo com a matéria publicada no site da revista, Arruda disse que FHC estaria trabalhando para influenciar o voto do ministro Gilmar Mendes, que também atua no tribunal eleitoral. O ex-presidente negou ter intercedido em favor de seu ex-líder no Senado e no Congresso.
O candidato do PR sugeriu também contar com o voto do ministro João Otávio Noronha, do STJ.“É mais difícil conseguir quatro votos (no TSE) do que um milhão de votos (para governador)”, disse Arruda no vídeo conforme transcrição publicada pela revista. O ex-governador, que lidera as pesquisas na corrida do Distrito Federal, afirmou que “tinha 90% de certeza” de que mesmo uma derrota no TSE seria possivelmente revertida quando o processo chegasse ao STJ. “É o mesmo relator”, diz Arruda no vídeo. O relator da matéria é o ministro Napoleão Nunes Maia Filho, que em junho concedeu liminar vetando que José Roberto Arruda tivesse seu caso levado ao Tribunal de Justiça de Brasília.
A revista Época procurou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que reconheceu ter sido procurado pelo candidato do PR. “Queria (Arruda) que o julgamento ocorresse a tempo de, se favorável, concorrer ao governo de Brasília. Como sempre, sou muito cuidadoso nessas matérias. Apenas indaguei ao ministro Gilmar se havia chance de isso ocorrer. Fui informado de que haveria um julgamento anterior que pré-julgaria o caso. Nada mais pedi a ninguém nem nada mais me foi dito”, disse FHC em entrevista.
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