Numa defesa inflamada, o deputado Wanderval Santos (PL-SP) afirmou que quem deveria estar respondendo processo no Conselho de Ética, em seu lugar, era o ex-deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ), conhecido como Bispo Rodrigues, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. O pastor não mediu palavras e chamou o ex-colega de "covarde".
“A covardia o levou a renunciar. Mas a covardia não me levou a renunciar, porque estou aqui, hoje, enfrentando esse processo no lugar do ex-deputado Carlos Rodrigues”, bradou Wanderval Santos.
Aos poucos colegas que o ouviam, num plenário praticamente vazio, ele apelou para que o absolvessem. “Eu sofri uma acusação injusta e por que não dizer, absurda”, reclamou Wanderval. O deputado relatou ter sido obrigado a transferir os filhos para outra escola, por causa dos achaques ouvidos por eles contra o pai. “Meu futuro político foi comprometido; minha angústia está estampada em meu semblante”, lamuriou.
Wanderval lembrou estar sendo processado não por ter se beneficiado de recursos do valerioduto, mas por ter, supostamente, terceirizado o seu mandato para o ex-deputado Carlos Rodrigues e para a Igreja Universal. Segundo ele, os princípios da ampla defesa e do contraditório foram desrespeitados, porque ele não teve oportunidade para se defender dessa acusação.
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“Meu mandato nunca foi emprestado, nunca foi vendido, sempre foi exercido com moralidade, com eficiência”, enfatizou Wanderval. “Não fui omisso, nem complacente, não terceirizei meu mandato à Igreja, nem ao ex-deputado Carlos Rodrigues. Restou provada minha inocência”, alegou.
O deputado lembrou aos colegas que o empresário Marcos Valério de Souza, apontado como operador do mensalão, e a funcionária dele, Simone Vasconcelos, declararam durante acareação na CPI dos Correios e depoimento na Polícia Federal, que o destinatário dos recursos não era Wanderval Santos, mas sim, Carlos Rodrigues. Wanderval enfatizou que o seu assessor parlamentar, Célio Marques Siqueira, agiu em favor de Rodrigues, ao sacar R$ 150 mil das contas de Valério.
No Conselho de Ética, a maioria dos deputados acompanhou o voto do relator, Chico Alencar (Psol-RJ), que recomendou a cassação de Wanderval, por ele ter "alugado" o seu mandato para o ex-bispo da Igreja Universal.
O deputado Orlando Fantazzini (SP) acaba de subir à tribuna para defender o relatório de seu colega de partido, Chico Alencar (Psol-RJ), pedindo aos colegas que votem pelo acolhimento do parecer do relator.
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