Após a divulgação da delação do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho, o presidente Michel Temer convocou aliados para pedir “foco no ajuste fiscal”, que terá uma importante prova nesta semana com a votação em segundo turno da PEC do Teto de Gastos no Senado. Após a reunião com parlamentares e ministros, o presidente conversará com sua equipe econômica para preparar um pacote para “reativar a economia”. A intenção do governo é apresentar as propostas ainda nesta semana para tirar o foco das denúncias e impulsionar em curto prazo a geração de empregos e renda.
Leia também
Quem falou em nome do presidente após a reunião foi o líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF). Sobre presença de ministros e do próprio presidente na lista de beneficiados com propina da Odebrecht, Rosso falou que Temer “confia muito no Poder Judiciário e nas investigações, mas nada vai tirar o foco do ajuste fiscal”.
Além de Rogério Rosso, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, também participou do encontro no Palácio do Jaburu, em Brasília. Temer estava em São Paulo, mas retornou a Brasília na tarde deste domingo (11). A reunião, que não estava prevista na agenda, foi marcada depois da divulgação do conteúdo da delação do ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho pela mídia.
Assim como Temer, Padilha, o ex-ministro do Planejamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-secretário de Governo, Geddel Vieira Lima figuram na lista da Odebrecht como receptores de propina. Todos negam as acusações, que são investigadas pela Operação Lava Jato. Ao todo, a planilha de pagamentos indevidos feitos pela empreiteira cita com 51 políticos de 11 partidos.
Em nota, na última sexta-feira (9), o Palácio Planalto repudiou as acusações de que o presidente Michel Temer teria solicitado valores ilícitos da empreiteira Odebrecht em meio à campanha à Presidência de 2014. “O presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela Construtora Odebrecht ao PMDB foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE [Tribinal Superior Eleitoral]. Não houve caixa 2, nem entrega em dinheiro a pedido do presidente”, diz a nota.