A base governista marcou presença em peso na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara e conseguiu barrar a convocação do ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, para se explicar sobre a denúncia de tráfico de influência ou advocacia administrativa. O requerimento do deputado Jorge Solla (PT-BA) foi rejeitado por 17 votos a 3. Até o líder do governo, André Moura (PSC-SE), que não faz parte do colegiado, compareceu à comissão para defender o ministro, acusado pelo ex-titular da Cultura Marcelo Calero de lhe pedir que interferisse na liberação da construção de um prédio, onde tem um imóvel, em área histórica de Salvador.
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A sessão foi marcada por bate-boca entre os deputados Wladimir Costa (SD-PA), aliado do governo, e Paulão (PT-AL), que trocaram insultos. A comissão derrubou, na sequência outro pedido de Solla, para convocar Calero a esclarecer a denúncia feita contra Geddel. André Moura disse que o PT não tem legitimidade para convocar o articulador político de Michel Temer e que as conversas entre os dois foram informais e não representam qualquer tentativa de crime. O argumento utilizado por ele é que o pedido de Geddel não foi aceito por Calero e a decisão que prevaleceu – a manutenção do embargo da obra – contrariou o ministro.
“Se alguém quer assaltar uma casa é pego com a boca na botija é crime também, mesmo que o crime não se consume. Não deixa de ser crime quando o agente público pressiona outro para mudar procedimento. Ele tentou pressionar para mudar o parecer em busca de favores pessoais”, contestou Solla.
Wladimir Costa acusou a bancada do PT de adotar um “discurso de ódio” e de sofrer de “Geddelfobia”. “Quem é o PT para vir cobrar moralidade, ética. O PT nada mais é do que uma grande organização criminosa. Quem quer falar com vocês é o juiz Sérgio Moro. Lave a boca com soda cáustica para falar do ministro Geddel. Seus imundos, irresponsáveis, desqualificados, despreparados”, atacou aos gritos o deputado.
Paulão reagiu, elogiou adversários que mantiveram a discussão no plano das ideias e disse que Wladimir já havia sido preso. “Isso é um bandido!”, desqualificou. Wladimir baixou mais o nível: “Preso foi tua mãe, seu vagabundo! Só se foi a prostituta da tua mulher!”. O presidente da comissão, Léo de Brito (PT-AC), teve de interceder para acalmar os colegas.
Confira o momento da discussão: