O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), líder do partido na Câmara, declarou na terça-feira (5) que o PMDB não apoiará as medidas provisórias (MPs) do ajuste fiscal. Picciani afirma que o PT quer que a base aliada aprove projetos que ferem direitos previdenciários. A decisão do deputado foi motivada pelo pronunciamento do ex-presidente Lula em rede nacional de rádio e TV no programa do PT ontem à noite. O ex-presidente criticou a aprovação do projeto de lei que regulamenta contratos de terceirização para atividade-fim. Os peemedebistas foram favoráveis à proposta, classificada pelo petista como um retrocesso para o trabalhador.
O Plenário da Câmara começou a discutir ontem a MP 664, que altera as regras de acesso a benefícios previdenciários. Mas o presidente da Casa, Eduardo Cunha, preferiu transferir o debate para esta quarta-feira (6). A articulação política de Cunha surpreendeu a bancada do PT, que não esperava que a PEC da Bengala fosse analisada antes da MP 664.
Irônico, Picciani se utilizou do discurso de Lula para defender sua posição. “Vamos seguir a orientação do ex-presidente Lula: vamos combater a retirada do direito dos trabalhadores”. O líder do PMDB diz esperar ser “convencido” pelos petistas. O peemedebista cobrou ainda que Lula e Dilma apoiem as medidas provisórias do ajuste fiscal, deixando claros seus posicionamentos. O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), disse estar disposto a dialogar com a base aliada.
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O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) seguiu as orientações de Picciani: “O PMDB só vai votar as MPs se o PT fizer o mesmo”. A oposição comemorou a intervenção peemedebista. Domingos Sávio (PSDB-MG) afirmou que a base aliada ajudou a “desmascarar o PT”.