Em nota publicada em diversos jornais hoje (29), o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), rebateu acusações de que teria recebido, por intermédio de dois sobrinhos, propina da quadrilha desbaratada pela Polícia Federal na Operação Navalha. No documento, o governador afirma que as denúncias contra ele são fruto de "deduções".
"As denúncias apresentadas contra o governador Jackson Lago baseiam-se em deduções a partir de gravações de terceiros, inexistindo uma única fala do próprio governador, ou testemunho de terceiros, que confirme a denúncia apresentada pela autoridade policial. Não há referência nas transcrições das gravações, em nenhuma parte do processo, a qualquer pagamento feito a qualquer título ao governador do Estado do Maranhão. O governador não consta da lista de 47 nomes listados pela Polícia Federal e encaminhada pelo Procurador ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)", diz o texto.
Lago também garante que, ao contrário do que foi veiculado pela imprensa, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Sousa, não pediu sua prisão. "O Ministério Público Federal não pediu a prisão do Dr. Jackson Lago, contrariando o que foi amplamente veiculado pela imprensa. Também não houve contra ele qualquer pedido de bloqueio de bens ou saldos em contas correntes, seja pelo Procurador, seja pela ministra [Eliana Calmon, relatora do inquérito]".
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A nota se refere à informações de que a prisão do governador foi pedida, mas o STJ negou o mandado porque a Constituição Estadual do Maranhão prevê que governadores só podem ser presos em flagrante.
O governador afirma, ainda, que nunca se encontrou com os sobrinhos em hotel de Brasília, onde, segundo a Polícia Federal, teria recebido a propina. "Apesar de rastreado pelas câmeras de segurança do hotel, não há uma única imagem em que apareça qualquer dos dois sobrinhos acusados com o governador".
Jackson Lago também rebateu as acusações de, para beneficiar a Gautama, teria construído pontes inúteis. "A construção das pontes antes da rodovia é procedimento normal em obras desse tipo, por razões de custo e logística. Com esse método, não há seccionamento no desenvolvimento da terraplenagem. O contrato com a Gautama para a construção das pontes foi celebrado em 2004, no governo anterior", diz a nota. (Carol Ferrare)