Vice-presidente da Câmara, o deputado federal André Vargas (PT-PR) entregou nesta segunda-feira (7) à mesa diretora da Casa pedido de licença por 60 dias. Alegou que se afasta do posto para cuidar de “interesses particulares”.
No final de semana, a revista Veja revelou que Vargas mantinha negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava-Jato, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em março último para desbaratar esquema de lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólar e financiamento ao tráfico de drogas.
De acordo com a revista, o deputado petista e o doleiro trabalhavam para enriquecer juntos e conquistar a “independência financeira” a partir de contratos fraudulentos com o governo federal.
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A revista divulgou mensagens de celular interceptadas pela PF que mostram que Vargas passava informações do governo ao doleiro e exercia seu poder para cobrar compromissos de Youssef. Antes disso, o jornal Folha de S. Paulo revelou que o parlamentar viajou, de férias, em avião pertencente ao doleiro.
Como o afastamento é de menos de 120 dias, um suplente não vai ser convocado para substituir Vargas. De hoje até 5 de junho, o cargo de primeiro vice-presidente da Câmara ficará vago e as respectivas tarefas poderão ser repassadas para qualquer membro da mesa diretora. E para compor o quórum da mesa deverá ser chamado o primeiro suplente do colegiado, deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE).
O petista também deve ficar sem receber o salário de deputado, de R$ 26,7 mil. Ele também deve perder outros benefícios financeiros, como as verbas de gabinete. Apesar da licença, partidos de oposição devem protocolar representação contra Vargas no conselho de ética da Câmara.
Em discurso no plenário da Câmara e por meio de nota, o parlamentar disse ser amigo de Youssef e negou envolvimento com os negócios do doleiro. Na carta entregue hoje, ele disse estar à disposição para prestar esclarecimentos.
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