Outros senadores também criticaram a conduta do procurador-geral, cuja condução à PGR foi aprovada duas vezes pelo Senado. Renan, que analisa um pedido de impeachment contra o chefe do Ministério Público, mostrou aos colegas pelo celular uma notícia que, segundo ele, comprova que Janot “estimulou” o vazamento do seu pedido de prisão “de forma covarde”. “Mais de 20 políticos citados: manter sigilo de delação de Machado geraria crise entre Poderes”, dizia o texto exibido por ele.
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“Essa notícia comprova que Janot está estimulando os vazamentos. Isso é uma irresponsabilidade. E como pede a prisão com base em flagrante armado, sem comprovação de materialidade e gravação de um chefe de poder com foro? Grampo de quem tem foro só é legal com autorização da Justiça. A gravação foi feita pelo Sérgio Machado para tentar dar materialidade às delações. Mas existe materialidade? Isso é um absurdo!”, protestou o presidente do Senado entre um gole e outro de uísque.
Na última segunda-feira, Janot pediu à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar a origem do vazamento dos pedidos de prisão feitos por ele contra Renan, o ex-presidente José Sarney (PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (RJ). Na sexta passada, o procurador rebateu em discurso duro a “maledicência” das insinuações de que ele estaria por trás do vazamento das informações.
Segundo relato da repórter Maria Lima, Kátia Abreu e Renan concordaram que o procurador-geral é “fraco”. A ex-ministra da Agricultura da presidente afastada Dilma Roussef lembrou ao peemedebista que ele foi apontado por Janot como chefe da organização criminosa delatada pelo ex-senador Sérgio Machado. “Eu não! O chefe era o Sarney. Logo o Sarney, que já está fora de tudo?”, contestou o peemedebista.
De acordo com o Globo, antes de seguirem para a festa de Kátia Abreu, Renan, o líder do PMDB Eunício Oliveira (CE) e o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) passaram na casa de Sarney para acalmá-lo sobre as revelações da delação de Sérgio Machado.
Namorada e “golpista”
Conforme o relato do jornal, senadores que integram a tropa de choque da presidente Dilma Rousseff na comissão do impeachment pediram a intervenção de Renan para acalmar a tropa de choque governista ,principalmente os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e Waldemir Moka (PMDB-MS) apontados como os mais brigões.
“O que está acontecendo com o Moka? Renan, você tem que arrumar uma namorada para ele. Está muito nervoso”, sugeriu a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “Eu não!! Não arrumo nem pra mim. Pede pro Eunício arrumar, ele que é candidato a presidente do Senado”, respondeu Renan.
Segundo Maria Lima, Kátia Abreu tentou demover Renan da intenção de lançar nesta quinta-feira livro sobre a votação no Senado que aprovou o afastamento de Dilma, intitulado As 20 horas da História, contando minuto a minuto a sessão que entrou pela madrugada. “Não! Cada página desse livro foi editada pessoalmente por mim para mostrar minha isenção como presidente do Senado. O Janot vive querendo me afastar então eu tenho que lançar logo esse livro. Eu gosto muito da Dilma. Vou levar o livro para ela de presente”, brincou o senador. “E ela vai tacar na sua cabeça”, devolveu a senadora. Renan também lembrou que foi questionado pelo neto Renzo, de nove anos, em razão do noticiário do impeachment: “Meu avô, é verdade que você é golpista?”
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