O ator José de Abreu se irritou com um casal na noite de ontem (22) em um restaurante japonês em São Paulo e cuspiu tanto na mulher quanto no homem com quem bateu boca. O ator, declaradamente favorável ao governo e ao PT, estava com sua esposa. Antes de deletar sua conta no Twitter na manhã deste sábado (23), José de Abreu relatou o caso no microblog e admitiu que cuspiu “na cara do coxinha e da mulher dele”.
O ator disse que o casal começou a provocar sua esposa, Priscila Petit, com frases como “dinheiro do povo”, “petista ladrão” e “olha a bolsa dela”, além de insinuações de que a mulher se beneficiou irregularmente de programas federais de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet. Conforme o seu relato, Petit foi chamada de “ladra vagabunda da Lei Rouanet”, quando José de Abreu reagiu e começou a discutir com o casal.
No Twitter, o ator afirmou: “Acabei de ser ofendido num restaurante paulista. Cuspi na cara do coxinha e da mulher dele! Covarde. Advogado carioca…”. E continuou: “O covarde perdeu a linha, deve ter cagado nas calças. Cuspi na sua cara e ele não reagiu. Covardes fascistas”.
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As imagens do incidente mostram, porém, que o homem – cuja identidade não foi revelada – reagiu, sim. Após ele e a mulher serem cuspidas, o rapaz se levanta, xinga Zé de Abreu e é contido por funcionários do restaurante.
Amigo do ex-presidente do PT José Dirceu desde os tempos de juventude, quando ambos lutaram contra a ditadura militar, José de Abreu nos últimos anos atravessa uma ótima fase na carreira artística, onde sua atuação como ator em telenovelas da TV Globo é brindada como nunca com prêmios e elogios da crítica. Ao mesmo tempo, sua ação nas redes sociais (sobretudo no Twitter) é fonte de tórrida polêmica, pela dureza com que José de Abreu expressa suas opiniões.
Há dois anos a Revista Congresso em Foco publicou entrevista, na qual o ator diz que já estava chegando a hora de o PT deixar o poder, em razão do crescente desgaste do partido.
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Veja o vídeo da confusão:
Aqui, a transcrição do bate-boca:
– Mora em Paris – diz o rapaz, sentado em outra mesa com a mulher.
– Moro no Rio de Janeiro, excelência – reage José de Abreu.
Em seguida, José de Abreu canta trechos do Hino Nacional e se aproxima da mesa do casal. O rapaz provoca e ocorre o seguinte, ahn, “diálogo”. A mulher do ator sempre fica ao lado dele, também em pé:
– Volta pra sua terra, Zé de Abreu.
– O que que você quer, hein, coxinha? Falaê, fala alto aí. O que que você quer?
– Eu trabalho, rapaz!
– Cê trabalha em quê? Em que que você trabalha?
– Sou advogado e trabalho, até porque não sou um safado…
– E eu sou? Fala!
– … que vive da Lei Rouanet.
– Eu nunca tive Lei Rouanet, ô, babaca!
– Tá bom – responde o rapaz.
Neste momento, a esposa do homem chama o ator de safado. O ator cospe nos dois e se afasta. O rapaz, furioso, se levanta e é contido por funcionários do restaurante.
– Seu babaca. Filho da puta! Seu safado…
– Vai, bate em mim. Bate em mim! – provoca Zé de Abreu.
– Seu malandro, seu petista safado…
– Sou mesmo, e daí? Bate em mim…
– seu vagabundo, seu bosta, ladrão, vai embora daqui, vagabundo, safado…
Funcionários do restaurante conduzem José de Abreu para fora e o rapaz continua:
– Ladrão! Bandido! Vagabundo! Cria vergonha na sua cara, seu cretino!