Mário Coelho
Após a tumultuada sessão de quinta-feira, os senadores voltaram hoje (7) a pedir a saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do cargo. E ainda fizeram críticas ao Palácio do Planalto pela atuação na defesa da manutenção do peemedebista na presidência da Casa.
Da tribuna, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou que o presidente Lula prefere ouvir o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), Fernando Collor (PTB-AL) e Sarney, do que outros políticos. Ele falou isso ao discursar sobre a “perda de valores e de referências” do Senado e na política e elogiar o vice-presidente José Alencar.
“Vamos deixar claro: o arquivamento de algumas representações no Conselho de Ética não foi vitória de Renan, Sarney ou Collor, foi de Lula. O presidente Lula insistiu que Sarney fosse presidente do Senado. Agora também foi Lula que atuou e, humilhando seu próprio partido, ganhou a partida. Isso é soberba, ele está se achando acima do bem e do mal. Lula ainda é uma grande referência nacional e internacional, mas está tocado pela vaidade”, disparou.
Já o petista Eduardo Suplicy (SP) pediu que Sarney saia da presidência enquanto as denúncias contra ele são investigadas. “Será próprio que o presidente Sarney dialogue conosco sobre o tema. Minha recomendação é a mesma de milhões de brasileiros: para seu próprio bem, para o bem do Senado, que ele demonstre grandeza e se afaste da presidência enquanto os fatos estão sendo investigados e apurados”, afirmou.
Enquanto Suplicy voltava a pedir a saída de Sarney, Cristovam Buarque (PDT-DF) discursava pela mobilização da sociedade civil em torno do tema. Para ele, só será possível mudar o Senado se houver pressão externa nos senadores. “Onde estão os estudantes? Talvez tenha chegado a hora de se mobilizarem pela ética no Senado”, disse.
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