Segundo explica Dilma, atender às diversas demandas levantadas pelo povo nas ruas é um desafio histórico. Ela também destacou os avanços sociais dos governos petistas no comando do país. “Exigem [os brasileiros] de nós a aceleração e o aprofundamento das mudanças que iniciamos há dez anos. Questionam, sobretudo, os limites e os graves problemas da nossa democracia representativa. Eles querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular, que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar. Mais do que tudo, eles querem ser ouvidos e participar”, afirma.
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A carta é uma justificativa pela sua ausência em uma reunião do diretório nacional do PT, realizada hoje em Brasília. Dilma era a convidada de honra do evento, mas somente ontem ela comunicou ao partido que não participaria do encontro porque se reuniria hoje com ministros para discutir a visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro na próxima semana. “Infelizmente não poderei estar presente nesse importante encontro. […] A vinda do papa Francisco, que está tão próxima, me impõe deveres aos quais eu não posso faltar”, justifica. O diretório está reunido para discutir a conjuntura política nacional.
A desistência em cima da hora irritou petistas, principalmente o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes cometidos no mensalão. Ele chegou a pressionar o partido para que fizesse um apelo público pelo comparecimento da presidenta.
Para amenizar a situação, Dilma aproveitou a carta para fazer elogios ao partido e disse que não é possível construir um Brasil “efetivamente” novo sem a presença do PT. “Sei que podemos contar com o nosso partido para acolher essa energia renovadora que vem das ruas e impulsioná-la para revolucionar o Brasil e sua democracia”, diz.
Dilma retomou também os cinco pontos propostos por ela para a reforma política e listou as ações já tomadas pelo governo para atender às demandas das manifestações. Segundo a presidenta, o governo e o PT souberam entender as reivindicações das ruas porque também vieram delas. “A rua é nosso chão, a nossa base . Mas não basta ouvir, é necessário fazer. Transformar essa extraordinária energia em realizações para todos. […] Estamos trabalhando duro para atender as justas reivindicações que vêm das ruas”, afirma.