A corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, reúne-se na quarta-feira (20) com o juiz que era responsável por conduzir a ação penal contra a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira e que pediu para deixar a Vara após receber ameaças de morte contra sua família. Amanhã pela manhã, a ministra vai receber o juiz ameaçado, Paulo Augusto Moreira Lima, que era substituto na 11a Vara Federal de Goiás; o titular daquela Vara, Leão Aparecido; o corregedor do Tribunal Regional Federal da 1a Região, desembargador Carlos Olavo, e o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Nino Toldo.
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A corregedora quer esclarecimentos. “Saber que tipo de ameaça ele sofreu. Porque a Corregedoria, da mesma forma que age disciplinarmente com o juiz, ela também apoia o juiz”, disse Eliana Calmon.
Nesta terça-feira (19), o presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, declarou total apoio a Paulo Moreira Lima. À noite, o conselho ratificou uma moção de apoio ao magistrado. “Não se pode ameaçar, do ponto de vista da integridade física e nem moral ou psicológica, nenhum julgador. Muito menos o julgador e sua família”, disse Ayres Britto.
A CPI do Cachoeira, que apura as relações de Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários, também deve convocar o juiz para prestar depoimento. O requerimento de convocação foi feito pelos deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR) e pelo senador Pedro Taques (PDT-MT). “Um juiz federal ser ameaçado é um fato gravíssimo que não podemos aceitar. Pedirei providências para que ele seja protegido”, disse Paulo Teixeira, o vice-presidente da CPI.
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