Em meio à maior crise política do governo do presidente Michel Temer, o clamor nas ruas pela destituição do presidente do poder e a escolha de seu sucessor por meio de eleições diretas tem sido cada vez mais constante. Diante desse cenário, para que fosse viabilizado a convocação de eleições diretas, o Congresso teria que mudar a Constituição. No entanto, conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo neste domingo (28), “a maioria dos deputados e senadores querem manter a exclusividade de escolher quem comandará o país até dezembro de 2018”.
De acordo com levantamento dos repórteres Ranier Bragon e Talita Fernandes, foram ouvidos dez líderes dos maiores partidos que, juntos, representam 72 senadores e 397 deputados. Com exceção da esquerda, todos declararam posicionamento contrário às Diretas Já. No Senado, esse número representa 89% dos senadores. Já na Câmara, 77% dos parlamentares. Para que a Constituições seja modificada é preciso que pelo menos 60% concorde com a mudança. Conforme o jornal, das 10 maiores siglas no Congresso, 7 se declararam abertamente contra esse modelo.
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Os políticos consultados representam os maiores partidos do Congresso. Os últimos movimentos, como o que ocorre hoje com diversos artistas no Rio de Janeiro, querem a aprovação PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que determine eleições diretas.
Caso Temer deixe o Poder, pelas regras atuais, a escolha do sucessor será realizada pelos 594 parlamentares em eleição indireta. A escolha ocorreria 30 dias após a vacância do posto. Já no caso de eleições diretas, a PEC teria que ser aprovada por meio da tramitação legal no Congresso e, após sua aprovação, seria necessário um tempo extra para organização das eleições, conforme informa a reportagem.