Oficialmente, Fontana pediu para sair da articulação por considerar que não haveria trânsito com Cunha por ter sido um dos principais articuladores da campanha derrotada de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara. O Palácio do Planalto entrou forte na disputa, colocando ministros para trabalhar por Chinaglia, com oferecimento de cargos e liberação de emendas. “Um líder de governo tem que conversar com todos os partidos e ter algum tipo de afinidade com a presidência”, disse Fontana.
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Durante a campanha, Cunha usou o Twitter para chamar Fontana de líder “fraco”, “radical” e “desagregador”. Foi uma resposta às críticas feitas pelo petista, que classificou como “absolutamente indevidas” as declarações do peemedebista sobre a atuação do governo na disputa pela presidência da Câmara. O presidente da Casa disse ser alvo de “alopragens” por parte do Palácio do Planalto.
Fontana conversou sobre sua saída na manhã de hoje com o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas. Segundo ele, Pepe consultou a presidenta Dilma Rousseff, que não colocou obstáculos para a saída do petista gaúcho. Por sinal, enquanto ele estava no Planalto, Guimarães já atuava como líder informal, tendo se reunido com Eduardo Cunha no gabinete da presidência.
O parlamentar gaúcho assumiu a liderança do governo em junho de 2014, após Chinaglia deixar o posto para assumir a vice-presidência da Câmara. Ele foi eleito para substituir André Vargas (sem partido-PR), que deixou o cargo após vir à tona suas relações com o doleiro Alberto Yousseff, preso desde março passado por conta da Operação Lava Jato.
Na semana passada, ainda sem o resultado da eleição, Guimarães já comentava com aliados que, independente de quem saísse vencedor, as semanas seguintes seriam destinadas para agir como “bombeiro”. “Será um dos maiores desafios da minha vida”, disse o deputado do Ceará, que já liderou a bancada do PT e atuava como vice-líder do governo. Apesar de considerar a eleição uma “página virada”, ele entende que será preciso ter muito diálogo com a base governista, hoje fragmentada entre os partidos fiéis ao Planalto e os seguidores do PMDB.
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